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Prisão ecológica pode ajudar o clima, a economia e os detentos

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Jornal do Brasil

WASHINGTON - Além de referência de alta segurança, as prisões americanas tornaram-se exemplo de conscientização ambiental. Com intuito de diminuir os gastos e ainda influenciar no comportamento dos detentos, os centros de correção investiram em turbinas eólicas, painéis solares e práticas de reciclagem. Assim, também colaboram para redução do impacto das mudanças climáticas.

No Centro de Correções Cedar Creek, a 40 km de Olympia, capital de Washington, a maioria dos 400 internos faz parte do programa de trabalho, e dedica de seis a oito horas por dia às atividades de preservação ambiental. Os presidiários do prédio de segurança mínima criam abelhas, cultivam tomates e alface orgânicos, aproveitam 100% dos restos de comida e até mesmo reciclam restos de sapatos que ficam no pátio.

Isso reduz o custo, o impacto no meio ambiente e estimula internos a aprenderem disse Eldon Vail, secretário do Departamento de Correções de Washington, que fiscaliza 15 prisões e 18 mil criminosos.

Como funcionam o dia inteiro, as prisões desperdiçam muitos recursos, e os administradores estão sob pressão crescente para reduzir o desperdício e conservar energia e água.

Em 2007, os Estados Unidos gastaram mais de US$ 49 bilhões para alimentar, abrigar, vestir, tratar e supervisionar 2,3 milhões de criminosos, divulgou este ano o Pew Research Center.

Como a população prisional aumentou esta década, alta de 76% em relação a 1,3 milhões em 2000, o número de prisões cresceu também. Os últimos dados do Departamento de Justiça dos EUA mostram que as instalações aumentaram de 1.668 em 2000 para 1.821 em 2005.

Para manter os custos baixos, o Departamento de Correções de Indiana instalou aquecedores de água que funcionam com restos de pedaços de madeiras, e construiu uma turbina eólica em uma prisão que gera cerca de 10 kilowatts por hora e economiza US$ 2.280 por ano.

Na Prisão Estadual de Ironwood em Blythe, Califórnia, 6.200 painéis solares enviam energia de volta para a rede elétrica, suficiente para atender 4.100 casas por ano.

Já o Departamento de Correções da Carolina do Norte adotou limpadores sem substância química e tintas feitas a partir de vegetais. Este verão, devido à falta de água, os internos converteram barris de 50 galões em pequenas cisternas que capturam água da chuva.

Enquanto na Instituição de Correção do Sudeste de Óregon, os internos reciclam lixo de antigas prisões para fazer pacotes de fraldas destinados a abrigos de mulheres e camas de cachorros.