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Jovens pesquisadores falam sobre células tronco e viagens portuguesas

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JB Online

SÃO PAULO - O estudo de células-tronco, a análise de diários portugueses dos anos 1800 até a utilização de carvão ativado como filtro para poluentes da água foram os temas que os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), apresentaram na 60ª Reunião da SBPC, na Universidade de Campinas, em São Paulo.

Os estudantes foram agraciados com o Prêmio Destaque do ano na Iniciação Científica de 2007, realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

Ganhadora na categoria Ciências da Vida, Carolina Lavini Ramos, estudante de biologia da Universidade de São Paulo (USP), falou sobre o estudo de atividades imunorreguladoras das células tronco mesenquimais humanas.

Seu projeto analisou o comportamento de células-troncos como agentes inibidores de linfócitos no organismo, podendo utilizá-las no organismo humano para reduzir as possibilidades de rejeição em casos de transplante.

Tiago Bonato, estudante de história da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ganhador na categoria de Ciências Humanas, Sociais, Letras e Artes, apresentou o trabalho sobre o olhar iluminista de viajantes setecentista sob o habitante do sertão na América Portuguesa.

Em seu estudo, ele analisou diários de dois portugueses, o padre Joaquim José Pereira e o advogado Vicente Jorge Dias Cabral, que vieram ao Brasil em uma expedição científica para procurar a Quina do Piauí, uma planta medicinal, e o salitre natural, matéria-prima da pólvora.

A análise do estudante buscou traçar uma linha de tempo para a origem da construção do imaginário do habitante do sertão como a figura do sertanejo.

O último trabalho apresentado foi o da estudante Elaine Inácio Pereira, do curso de química da Universidade Federal de Lavras (UFL), ganhadora na categoria Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.

A pesquisa estudou o uso do cloreto férrico como agente ativante na preparação de um carvão ativado feito a partir de cascas de café descartadas pela agroindústria. O carvão obtido foi utilizado na remoção de poluentes da água, tendo apresentado maior capacidade de remoção que o carvão comercial.

A estudante Elaine também fez relatos de sua viagem aos centros de excelência do Reino Unido, Inglaterra, patrocinada pelo British Council, parceiro do CNPq no prêmio. Todo ano, uma categoria é selecionada para fazer a viagem, e os outros ganhadores recebem um ano de assinaturas de revistas especializadas.

O Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Científica é uma forma de reconhecimento e incentivo por parte do CNPq aos bolsistas de Iniciação científica que se destacaram durante o ano por relevância e qualidade de seus relatórios finais.

Também é premiada a instituição que contribuiu de forma mais relevante para o alcance dos objetivos do Programa de Iniciação Científica do CNPq.

Casca de banana

O trabalhado da estudante Milena Boniolo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ganhadora do XXII Prêmio Jovem Cientista, na categoria Graduado, também foi apresentado na 60ª Reunião da SBPC.

Com um estudo sobre utilização de cascas de banana para despoluir a água, Milena explicou como surgiu sua idéia de utilizar a casca da fruta.

- O Brasil desperdiça entre 20% e 40% da casca da banana consumida no País. Esse desperdício gera enorme impacto ambiental e poluição - disse.

A pesquisadora tritura as cascas, transformando-as numa farinha, que depois é separada e preparada em laboratório. O resultado obtido é um eficiente biossorvente de metais, como o urânio, quando misturado à água.