Agência Brasil
BRASÍLIA - Ao contrário do que previam os organizadores da 3ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, a plenária que discutiu o texto final só terminou às 4h da madrugada de domingo. Uma delas foi a que o coordenador-geral do evento, Pedro Ivo Batista, considerou mais polêmica: o estabelecimento de metas de emissão de gases na atmosfera para o Brasil.
Pelo Protocolo de Quioto, o país não é obrigado a cumprir nenhum tipo de meta. O tratado considera que esta é uma responsabilidade dos países desenvolvidos, que são os que mais poluem. Entretanto, a proposta de metas para o Brasil foi referendada na conferência.
- Foi um debate muito interessante porque parte da conferência achava que o Brasil não deveria definir nenhum tipo de meta e outra parte achava que, mesmo não sendo obrigatório, deveria. Depois de longo debate, definiu-se que o Brasil deve proceder assim para dar sua contribuição ao enfrentamento das mudanças do clima - contou Pedro Ivo.
Mais de 1,2 mil delegados que participaram da conferência assinaram, ao final do evento, uma "carta de responsabilidade" em que assumiram suas posições, coletivas e individuais, sobre como deveriam se portar diante da questão das mudanças climáticas.
Todo o material produzido documentos, propostas aprovadas e a carta de responsabilidade será agora consolidado para o próximo passo: uma audiência pública com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Esse material todo, as mais de 600 propostas que foram discutidas e vieram de mais de 5 mil emendas do texto-base, será organizado e entregue em audiência ao presidente para servir de subsídio à política e ao Plano Nacional de Mudanças do Clima que o Brasil está preparando - adiantou o coordenador.
Sobre a efetividade das ações pós-conferência, Pedro Ivo assegurou que a maior parte das ações propostas no encontro anterior foram atingidas.
- Isso é uma questão fundamental para o ministério [do Meio Ambiente], pois não trata apenas de realizar as conferências, mas de acompanhar as resoluções. Temos um trabalho, que está à disposição na internet, que mostra que em torno de 85% do que foi resolvido na 2ª conferência estão sendo aplicados pelo governo federal - afirmou.