Agência AFP
LIMA - A Sociedade Geográfica de Lima, apoiada por entidades da comunidade científica internacional, pôs fim à polêmica sobre a origem do rio Amazonas. Com nascente nos Andes do sul do Peru, o Amazonas é o maior rio do mundo, com quase 400 km a mais do que o Nilo, na África.
A sua nascente é na quebrada Apacheta, na base do Nevado Quehuisha, no departamento de Arequipa, a 5.150 m de altitude. Ele percorre 7.062 km de extensão até a sua desembocadura no Atlântico, após percorrer Peru e Brasil.
O Amazonas tem 391 km a mais do que o Nilo, na África, que se estende por 6.671 km, de acordo com o especialista Zaniel Novoa, da Sociedade Geográfica de Lima, e com o jornalista e explorador polonês Jacek Palkiewicz, que liderou, em 1996, uma expedição multinacional na sua nascente.
Palkiewicz chegou a estabelecer essa medição, que é validada 12 anos depois por importantes entidades da comunidade científica internacional. Entre elas, estão a Sociedade Geográfica de Londres, a Academia de Ciências da Rússia e o brasileiro Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
- Isso significa, para mim, uma satisfação muito pessoal, já que sou estrangeiro e tive a oportunidade de descobrir algo importante fora do meu país - disse Palkiewicz em entrevista á imprensa.
Além de determinar sua nascente e sua extensão, é importante divulgar os benefícios do rio Amazonas para toda a América do Sul e o fato de que se trata de uma das últimas reservas naturais do mundo, destacaram os especialistas. Palkiewicz disse que pretende voltar à nascente do Amazonas no ano que vem, à frente de uma nova expedição, para fazer novas pesquisas, especialmente sobre o possível impacto do aquecimento global sobre o rio.
Para Novoa e Palkiewicz, indagações anteriores, como a feita pela National Geographic Society, em 2000, e por uma expedição tcheca anos antes, "carecem de valor científico e não eram sérias". Ambas divulgaram que a nascente do Amazonas seria no nevado Mismi, da quebrada Carhuasanta, também no Arequipa.
Com o apoio de entidades científicas internacionais, a Sociedade Geográfica se propôs a iniciar uma campanha para divulgar a pesquisa de Palkiewicz entre todas as instituições geográficas do mundo.