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ONU e OMS voltam a recomendar uso de preservativos para prevenir Aids

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JB Online

GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa sobre a Aids da Organização das Nações Unidas (ONUAIDS) mantiveram nesta sexta-feira suas recomendações sobre a prevenção ao vírus HIV, apesar dos recentes estudos que mostram que tratamentos anti-retrovirais podem evitar a transmissão nas relações sexuais. "São necessárias mais pesquisas. Embora o risco tenha sido reduzido significativamente, não está demonstrado que o desaparecimento do vírus no sangue elimina completamente o risco de transmissão", declaram em conjunto os dois organismos.

- Não mudaremos nossas recomendações', afirmou hoje a porta-voz da OMS, Fadela Chaib. - Como não há cem por cento de certeza de que o sistema funcione, nós seguimos recomendando a utilização do preservativo como o melhor método para evitar a transmissão - acrescentou.

Na quarta-feira passada, a Comissão Federal Suíça para os Problemas Relacionados com a Aids anunciou que, sob determinadas condições estritas, as pessoas que se beneficiam de um tratamento anti-retroviral eficaz não contaminam seus companheiros durante relações sexuais. A Comissão se baseou em um estudo aplicado a 393 casais heterossexuais, nos quais um dos membros é portador do vírus e está sob tratamento anti-retroviral. Durante a pesquisa, pôde ser constatado que nenhum dos infectados contagiou seu companheiro.

Ainda assim, segundo Chaïb, 'a OMS não pode se arriscar a transmitir a mensagem de que a doença já não é perigosa'.

- Além disso, na maioria dos países em desenvolvimento nos quais a doença é mais propagada, não se conta com as medidas necessárias para controlar eficazmente os doentes, e por isso esse sistema não seria eficaz - afirmou.

A constatação do comitê suíço também foi rejeitada pela Comissão Européia. Markos Kyprianou, porta-voz do comissário de Saúde europeu, especificou que a União vai seguir mantendo seus critérios de recomendação de manter sempre relações sexuais com proteção quando um dos membros for portador do vírus.

O Conselho Nacional de Aids da França também rejeitou o estudo suíço, afirmando que "os resultados ainda são preliminares".