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Nasa lançará cápsula rumo a Marte no dia 4 de agosto

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Agência EFE

WASHINGTON - O lançamento da cápsula 'Phoenix' rumo ao pólo norte de Marte, onde analisará traços de água e buscará rastros de vida, ocorrerá no dia 4 de agosto, informou a Nasa em entrevista coletiva. Os responsáveis da agência espacial americana disseram que a saída foi adiada em um dia devido às previsões de condições climatológicas adversas no Centro Espacial Kennedy (Cabo Canaveral, Flórida), que incluem fortes tempestades.

O engenheiro titular da Nasa em Langley (Virginia) Prasun Desai explicou que a janela para o lançamento termina em 24 de agosto. O centro de Langley trabalha desde fevereiro de 2003 na fase de aterrissagem da 'Phoenix' no planeta. A cápsula levará dez meses para chegar a Marte, a cerca de 20.300 km/h, na primeira missão espacial ao pólo norte marciano.

A prospecção no solo de Marte começou em 1997, com a missão 'Pathfinder', que levou ao planeta o veículo 'Sojourner', que fez as primeiras imagens detalhadas da superfície marciana. Em janeiro de 2004 chegaram a Marte os veículos 'Spirit' e 'Opportunity', que exploraram uma área rochosa durante vários anos com câmeras e instrumentos.

Eric Queen, outro engenheiro do centro de Langley, ressaltou hoje que uma das grandes vantagens do local de aterrissagem é que se trata de uma das áreas menos rochosas do planeta vermelho. O engenheiro explicou que a cápsula tentará buscar água congelada debaixo da superfície do planeta para determinar se ali haveria vida, enquanto supervisionará o clima polar em Marte e a mudança de estações.

Desai e Queen relataram que, ao contrário das missões anteriores dos veículos 'Spirit' e 'Opportunity', que desde 2004 exploram uma área rochosa com câmeras e instrumentos, a 'Phoenix' não usará bolsas de ar para aterrissar. As bolsas de ar permitem a desaceleração do aparelho ao descer. A 'Phoenix' usará um esquema de propulsão para perder velocidade e aterrissar.

A engenheiras Jill Prince ressaltou que atualmente há cinco veículos na superfície de Marte e ao redor do planeta, mas apenas três - dois americanos e um europeu - estão ativos. Os centros na Terra perderam contato com os outros dois. Desai explicou também que uma das diferenças entre a 'Phoenix' e os veículos anteriores é que se trata de um veículo 'maior', que desperta 'mais confiança'.

- Fizemos mais provas com ele, e seus sistemas de radares são melhores - afirmou.

Para que a cápsula não transporte acidentalmente microorganismos a Marte, os técnicos tiveram especial cuidado em preparar seu lançamento, para o qual foi lavada a seco e passou por uma limpeza especial para reduzir o número de germes. Seu braço robótico também foi selado com um material especial para evitar que se contamine.

As operações na superfície de Marte estão planejadas de acordo com o dia marciano. Já que Marte tem um período de rotação maior que o da Terra, um dia no planeta tem 40 minutos a mais que o daqui. Imediatamente depois de 'Phoenix' se apoiar em seus três pés sobre a superfície marciana, dois painéis solares se abrirão como se fossem leques circulares. De um extremo ao outro dos dois painéis, a cápsula medirá 5,50 metros.

Logo depois será ligado um sistema de análise térmica e de gás, chamado TEGA, que combina um forno de alta temperatura e um espectrômetro. O braço robótico fornecerá aos oito fornos do TEGA amostras de solo e gelo em canos do tamanho de um carregador de tinta de caneta. Cada forno será usado apenas uma vez para análise das amostras.

A câmera do braço robótico fornecerá aos cientistas imagens e as cores da superfície marciana. Estava previsto que a 'Phoenix' fosse lançada em 2001, mas a missão foi cancelada. Caso sobreviva a sua missão em Marte, o aparelho se transformará em uma estação atmosférica.