Agência EFE
PEQUIM - Uma equipe de cientistas chineses anunciou a descoberta do fóssil de um gigantesco dinossauro até agora desconhecido, de 70 milhões de anos. O animal tinha características de uma ave e chegava a pesar 1,4 mil kg, segundo a edição desta quarta-feira da revista científica britânica Nature.
O esqueleto incompleto do animal, um dinossauro carnívoro batizado de Gigantoraptor erlianensis e que viveu no final do período Cretáceo, foi descoberto na Mongólia Interior, na China.
Trata-se de um achado que surpreendeu os cientistas, porque até agora as teorias sugeriam que os dinossauros carnívoros diminuíram de tamanho conforme seu corpo foi se assemelhando ao das aves.
Dirigida pelo professor Xing Xu, da Academia das Ciências da China, a equipe de pesquisa fez uma análise filogenética dos restos do animal e o agrupou na família dos Oviraptor, do subgrupo dos terópodes. Acredita-se que os terópodes foram os antepassados dos pássaros que vivem na Terra hoje em dia.
O bico, as longas patas e um crânio pequeno com uma crista estreita são algumas das muitas semelhanças entre o dinossauro recém-descoberto e a família dos Oviraptors.
No entanto, os 1,4 mil kg estimados do peso do Gigantoraptor superam em 35 vezes os dos Oviraptors, geralmente animais pequenos com uma massa corporal que raramente excedia os 40 kg.
Os descobridores do fóssil calculam que o animal teria 8 m de comprimento e 3,5 m de altura. Eles observaram indícios de um crescimento interrompido, o que indica que teria morrido jovem e que, portanto, suas dimensões adultas deveriam ter sido maiores.
Segundo a equipe de pesquisadores, o Gigantoraptor deve ter alcançado tais medidas por crescer mais rápido que os imponentes tiranossauros da América do Norte, como o Albertosaurus e o Gorgosaurus.
Com uma mandíbula pequena própria dos Oviraptor, o dinossauro também apresenta algumas diferenças em relação a esta família, que, devido a sua grande envergadura, indicam que a diversidade morfológica entre os dinossauros é maior do que o que se pensava.