Agência Brasil
BRASÍLIA - Discutir as possíveis mudanças polares que podem acarretar problemas para a população das regiões litorâneas do globo foi o objetivo do Seminário Meteorologia Polar Entendendo os Impactos Globais, promovido nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O evento foi realizado em comemoração ao Dia Meteorológico Mundial.
O técnico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Francisco de Assis Diniz destacou que o derretimento das geleiras glaciais vem ocorrendo principalmente no Ártico. De acordo ele, estudos têm mostrado que "nos próximos 40 anos o gelo ártico poderá desaparecer", o que causa grande preocupação aos especialistas.
Esse fenômeno "poderá elevar o nível médio do mar em muitos lugares do globo e causar enchentes, inundações e o desaparecimento de muitas ilhas habitadas".
Segundo Diniz, é preciso que a população deixe de emitir gases de efeito estufa na atmosfera, evitando assim o aquecimento global.
- O Brasil tem feito sua parte com projetos como o etanol, biodíesel, a diminuição do desmatamento, mas a atmosfera é aberta, é preciso que todos os países façam a sua parte.
Um dos palestrantes, o secretário da Comissão Interministerial para Recursos do Mar, contra-almirante José Eduardo Borges de Sousa, destacou que a Antártica tem entre 75% e 80% de toda a água doce do planeta, mas ainda não há uma tecnologia que possa fazer o aproveitamento desta água em benefício da humanidade.
- Pesquisas estão sendo realizadas para desenvolver tecnologia e conservar o ambiente para que a água não fique contaminada. Por isso, a preocupação com o aquecimento global, que está ocasionando o derretimento das geleiras e diminuindo a reserva estratégica de água doce para a humanidade - disse o contra-almirante.
O evento contou com a presença de cerca de 60 participantes entre meteorologistas e técnicos do Inmet, da Marinha, da Aeronáutica, do Centro de Pesquisas Tecnológicas (CPTEC), do Cindacta e de outros órgãos da administração pública.