CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Missão da Nasa para desvio de asteroide da Terra pode se transformar em caos, afirmam cientistas
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 13/09/2021 às 13:44
Alterado em 13/09/2021 às 13:46
No final deste ano, a Nasa vai lançar uma missão para testar como poderíamos no futuro desviar um asteroide a fim de proteger a Terra dessa espécie de ameaça, aponta portal Technology Review.
Estima-se que que o lançamento seja efetuado em 24 de novembro, ou o mais tardar em fevereiro de 2022, e levará um ano para atingir a sua meta – Dimorphos, um asteroide do tamanho de um estádio que está orbitando uma rocha espacial muito maior chamada Didymos.
O plano é atingir Dimorphos a uma velocidade de 6,5 quilômetros por segundo com a espaçonave DART, que tem o tamanho de um carro e pesa um pouco mais de 300 quilos, alterando sua órbita em torno de Didymos.
O impacto terá apenas um pequeno efeito na órbita do objeto, no entanto, isso deve ser suficiente para desviar um asteroide do caminho da Terra no futuro, é claro que se for atingido com antecedência e suficientemente longe de nosso planeta.
As potenciais mudanças na órbita de Didymos foram bem estudadas. Mas até agora não se sabia o que aconteceria a Dimorphos depois do impacto.
No estudo liderado por Harrison Agrusa da Universidade de Maryland (EUA) e publicado no jornal Icarus, os pesquisadores modelaram como DART poderá alterar a rotação ou o movimento rotativo de Dimorphos calculando como o momento do impacto alterará a rolagem, arfagem e guinada do asteroide. Os resultados podem ser dramáticos.
"Ele [o asteroide] poderá começar a balançar desordenadamente e entrar em um estado caótico", comentou Agrusa, acrescentando que "isso foi realmente uma grande surpresa".
A rotação inesperada apresenta vários desafios, podendo tornar mais complicadas as futuras tentativas de desviar um asteroide da Terra, já que qualquer rotação pode afetar o trajeto de um asteroide através do espaço.
Quando DART atingir Dimorphos, a energia do impacto será comparável à explosão de três toneladas de TNT lançando ao espaço milhares de fragmentos e detritos da rocha.
Algum tempo mais tarde, Dimorphos começará a oscilar ligeiramente, mas essa oscilação crescerá à medida que o impulso do impacto desequilibre a rotação, uma vez que no vácuo espacial não há atrito que possa abrandar o asteroide.
Em poucas semanas Dimorphos poderá começar a girar de tal forma que poderá entrar em estado caótico incontrolável em torno de seus eixos. Em cenários mais extremos, a ligação por atração com Didymos poderia quebrar completamente e ele começaria a movimentar-se "loucamente", conclui Agrusa. (com agência Sputnik Brasil)