CIÊNCIA E TECNOLOGIA
'Retrocesso para privacidade': chefe do WhatsApp critica Apple por escanear fotos de usuários
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 09/08/2021 às 13:04
Alterado em 09/08/2021 às 13:04
O chefe do WhatsApp, Will Cathcart, ficou "preocupado" com o novo plano da Apple de escanear as fotos dos usuários de iPhone, como parte da luta contra o abuso sexual de menores. A iniciativa recebeu muitas críticas por parte de diferentes ativistas.
"Acredito que é uma abordagem errada e um retrocesso para a privacidade de pessoas em todo o mundo. As pessoas perguntam se vamos adotar esse sistema para o WhatsApp. A resposta é não", escreveu Cathcart no Twitter.
Nesse contexto, o chefe do WhatsApp destacou que materiais relacionados com o abuso sexual de crianças são "repugnantes" e indicou que o aplicativo de mensagens "reportou mais de 400.000 casos" ao Centro Nacional para Menores Desaparecidos e Explorados dos EUA (NCMEC, na sigla em inglês), através de "medidas apropriadas" como facilitar o procedimento de comunicação do conteúdo proibido.
Enquanto isso, a abordagem da Apple "introduz algo muito preocupante para o mundo", afirma Cathcart, uma vez que o software criado pela empresa dirigida por Tim Cook escaneia imagens privadas, inclusive imagens que não foram enviadas. Isso "não é privacidade", frisa Cathcart.
I read the information Apple put out yesterday and I'm concerned. I think this is the wrong approach and a setback for people's privacy all over the world.
— Will Cathcart (@wcathcart) August 6, 2021
People have asked if we'll adopt this system for WhatsApp. The answer is no.
[Apple há muito tempo precisa fazer mais para combater CSAM [sigla em inglês para Material de Abuso Sexual Infantil], mas a abordagem que está adotando introduz algo muito preocupante para o mundo.]
O chefe do WhatsApp destaca ainda que as pessoas possuem computadores há décadas, mas o conteúdo privado nunca foi escaneado antes. O sistema criado pela Apple poderia ser usado para escanear qualquer conteúdo que o governo queira controlar, adverte.
Cathcart conclui questionando o que pode acontecer se softwares espiões conseguirem quebrar o código da Apple: "O que acontece se alguém descobrir como explorar esse novo sistema?". (com agência Sputnik Brasil)