Fúlvio Melo, Jornal do Brasil
RIO - Antes de ser construído, o estádio João Havelange, posteriormente apelidado de Engenhão, já abrigava disputa. Mas após vencer a briga com o Fluminense pela concessão do estádio, o Botafogo luta para fazer do campo em que manda seus jogos sua verdadeira casa. Neste sábado, às 18h30, contra o Santos, ainda em busca da primeira vitória no Brasileiro, o time tenta deixar de ser um estranho no próprio lar.
A maioria dos nossos treinos não é no campo em que jogamos. Para nós é tão novo quanto para os times que vêm jogar aqui frisou Leandro Guerreiro.
A justificativa para a baixa frequência no gramado principal é preservar o bom estado do campo. Mas, segundo os próprios jogadores, o gramado do Engenhão não está em suas perfeitas condições. É citado inclusive como uma das causas para o desempenho ruim e o décimo oitava lugar na tabela.
O gramado está soltando. No fim das contas dá no mesmo, pois não estamos acostumado ao gramado frisou Fahel.
Ao contrário das duas últimas temporadas, em que a base era mantida, o elenco do Botafogo praticamente se transformou este ano, o que também é citado como justificativa para o time não conseguir fazer valer o mando de campo. No Brasileiro deste ano, apenas dois empates: 0 a 0 com o Corinthians e 2 a 2 com o Sport.
O Engenhão ainda é um estádio novo, tanto para os jogadores, quanto para os torcedores. Ano passado tivemos bons momentos aqui e só precisamos vencer para ter outra boa sequência opinou Ney.
Para tentar espantar de vez qualquer risco de maldição do Engenhão, Ney Franco mexeu novamente no esquema e na escalação. A sexta formação diferente da equipe no Brasileiro entra em campo com três novidades, no 4-4-2.
Sem poder contar com Juninho, suspenso, e com dois zagueiros fora de combate Teco, liberado em virtude da morte do pai, e Wellington, com uma entorse no tornozelo direito a solução foi recuar Leandro Guerreiro, que atuará ao lado de Emerson na zaga.
No meio-campo, Léo Silva, titular no estadual, herda a vaga no meio deixada por Guerreiro. Batista entra na vaga de Thiaguinho, barrado pela alteração de esquema.
Quando tivermos a bola, eles vão ajudar Lucio Flavio a armar o time. Léo pela direita e Batista pela esquerda revelou Ney.
O espião
Criticado pela torcida no fim de 2008, quanto trocou o Botafogo pelo Santos, Lucio Flavio é a principal arma para dar informações sobre o adversário. Dispensado do time paulista no primeiro semestre, o jogador já passou todos os detalhes do rival, que tem o melhor ataque do campeonato. Kleber Pereira é o artilheiro, com quatro gols.
Ele participou da montagem da equipe. Sabe o posicionamento dos atacantes, conversamos muito esta a semana e estamos bem informados garantiu Ney.