"O FGTS tem um saldo positivo no mês de R$ 1,792 bilhões no trimestre, fora um patrimônio de mais de R$ 200 bilhões. É o maior e o mais importante fundo existente do trabalhador no Brasil e um dos mais importantes das Américas. Muito bem gerido e faz uma política anticíclica", enfatizou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, melindrado com a divulgação da informação sobre o saldo negativo nas contas do FGTS em março.
O ministro decidiu também entrar na luta para a queda dos juros e do spread. Ele anunciou que os repasses de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) aos bancos, vão estabelecer, desde o início da operação, qual será a taxa de juro a ser cobrada do tomador final.
"Os agentes financeiros às vezes estão cobrando valores acima daqueles que consideramos aceitáveis para uma economia que está baixando as taxas de juros", disse. A ideia é aprovar a restrição na próxima reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Ou seja, o dinheiro só será liberado se houver compromisso prévio de qual será o juro e o spread final. "Não é uma exigência, mas a gente amarra. Você libera o recurso já combinando a taxa a ser cobrada na ponta. Já fazemos isso com o FGTS e vamos fazer com o FAT", disse o ministro.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o principal agente operador de recursos do FAT. O banco recebeu R$ 10 bilhões desse fundo no ano passado e mais R$ 1,5 bilhão nos dois primeiros meses deste ano, conforme informações disponíveis no site do banco na internet. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste também operam com recursos do FAT. "Em alguns setores nós verificamos tecnicamente que o spread bancário está muito alto. Então na hora da liberação desses recursos nós vamos dizer qual será o spread. Porque nosso papel é ajudar na redução do spread bancário", afirmou Lupi
(Ayr Aliski - Gazeta Mercantil)