Márcia Vieira, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - O sorriso era contido, mas os olhos brilhantes não escondiam a alegria pela conquista da quinta taça como treinador foram dois campeonatos estaduais (um Carioca e um Mineiro), uma Copa do Brasil e duas Taças Guanabaras. Vinte e quatro horas após a conquista do primeiro turno do Carioca, Ney Franco teve muito pouco tempo para comemorar. Aproveitou o dia de folga para ir ao dentista e no final da tarde embarcou para São Paulo junto com a banda mineira Mahais, com a qual se apresentou na noite de ontem no programa Bem, Amigos! do Sportv.
Apesar da paixão pelo Guns N' Roses, banda de hard rock americana, quando o assunto é futebol o estilo de Ney é mais MPB, quase Clube da Esquina. Foi à moda mineira que o filho de Vargem Grande-MG comemorou mais um grande triunfo da carreira que começou em 2005, quando fez história ao levar o Ipatinga à conquista do primeiro Campeonato Mineiro de sua trajetória. Quietinho e comendo pelas beiradas, Ney Franco está próximo de ser um papa-títulos no futebol carioca. Depois de conquistar a Taça Guanabara (2007), um Campeonato Carioca(2007) e uma Copa do Brasil (2006) pelo Flamengo, Ney inicia caminho vitorioso em General Severiano.
Tomara mesmo que Deus tenha me reservado este destino vitorioso no Rio. Em pouco tempo já dei quatro voltas olímpicas no Maracanã diz, orgulhoso. Nunca imaginei em meus sonhos que iria tão longe.
Passada a alegria pela conquista do primeiro turno, Ney Franco admite que o clube precisa de reforços, principalmente a lateral-esquerda e no ataque.
Já conversei coma diretoria e pedi jogadores para estes setores. Hoje o Thiaguinho joga na esquerda, mas pretendo aproveitá-lo na lateral direita ou no meio adianta.
Às custas de muito trabalho, mas sem perder a simplicidade, o jovem treinador de 42 anos já é considerado um dos mais promissores da nova geração.
Não sei qual é o meu limite, mas os resultados que venho alcançando me mostram que estou no caminho certo.
Os elogios dos críticos ao treinador botafoguense não são obra do acaso. Depois de perder praticamente um time inteiro - Renato Silva, André Silva, Triguinho, Túlio, Diguinho, Lúcio Flávio, Carlos Alberto, Jorge Henrique e Wellington Paulista deixaram o clube no fim da temporada passada em apenas dois meses e trabalho, Ney deu um padrão tático a um time sem estrelas.
Esta conquista nos dá tranquilidade. Vamos com o mesmo espírito para o segundo turno. Vou continuar tentando tirar de cada um o seu melhor.