Luciano Cordeiro Ribeiro, JB Online
PEQUIM - Na época do anúncio das quatro finalistas entre as candidatas a sediar os Jogos Olímpicos de 2016, em junho deste ano, Madri liderava, seguida, respectivamente, por Tóquio, Chicago e Rio. Mas as ações nos bastidores de Pequim embaralharam as cartas. Brasileiros como Pelé, Lula, João Havelange e Janeth participaram do lobby na China e acreditam ter evoluído na missão de tirar o Brasil da lanterna. Chicago, por sua vez, passou a ter a candidatura como questão de honra depois que os EUA perderam pela primeira vez o topo do quadro de medalhas desde o fim da União Soviética. Tóquio foi a que promoveu menos ações em Pequim, devido à rivalidade histórica com os chineses. Já a favorita Madrid sofreu um baque com os 153 mortos e 19 feridos em acidente com um avião da Spanair no Aeroporto de Barajas.
Na luta para ter o fator casa para superar a China daqui a oito anos, os EUA se concentraram na demonstração de apoio governamental. O envolvimento das esferas políticas é um dos itens do qual o COI não abre mão. Com imagem internacional arranhada desde a invasão ao Iraque, George Bush, em final de mandato, esteve presente em várias arenas, sempre sorridente saudando todos os atletas. Em tempos de combate ao terrorismo e dificuldade para se conseguir visto de entrada nos EUA, era nítida a intenção de transmitir a imagem de que todos serão bem-vindos em Chicago.
Os candidatos à sucessão presidencial americana estão atentos a Chicago. Chefe da candidatura, Patrick Ryan disse que tanto o democrata Barack Obama quanto o republicano John McCain se comprometeram a abraçar o projeto e comparecer às sessões do COI em 2009. Ele também destacou os aspectos naturais da cidade.
Tivemos a sorte de nossos antepassados terem criado parques e preservado lagos. Podemos ter jogos compactos, no centro da cidade.
Carlos Ozório, secretário-geral da candidatura do Rio, segue a mesma tendência de Ryan.
Temos praia, mar, nenhuma competição seria fora do Rio, ao contrário de Pequim explicou, referindo-se às competições de vela e hipismo, além de jogos de futebol, disputados fora da capital chinesa.
Entre os espanhóis, além do acidente, o objetivo foi apagar a mancha do doping da ciclista Maribel Moreno em Pequim. Jaime Lissavetzky, ministro do Esporte, divulgou um comunicado garantindo ter como prioridade o combate ao doping.
Fizemos todos os esforços para levar atletas limpos disse.
Pelé fechou com chave de ouro o lobby brasileiro.
O Pan mostrou a capacidade de mobilização do carioca. A Copa-2014 só ajuda. O Rio tem tudo para fazer uma grande festa daqui a seis anos e repetir dois anos depois.