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PEQUIM - No mesmo dia em que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim assumiu que manterá restrições de acesso à Internet para jornalistas, autoridades do país tentaram relativizar a repercussão negativa por todo o mundo da decisão. O discurso adotado pelo governo chinês é de que a abertura da imprensa para mídia estrangeira vai continuar depois do evento.
O diretor da Administração Geral da Imprensa e Publicação (Agip), Liu Binjie, disse que em vez de uma política temporária, a abertura da imprensa é de longo prazo.
- A China abre suas portas para a mídia estrangeira e não vai fechá-las depois dos Jogos, disse.
- Consideramos o terremoto de 12 de maio e a cobertura da imprensa dos Jogos Olímpicos como um teste importante da reforma do sistema operacional da mídia, continuaremos a construir um sistema mais aberto e transparente depois da Olimpíada, completou Binjie.
Segundo o diretor da Agip, o governo emitiu uma série de regulamentos no final do 2006, especificando que jornalistas estrangeiros podem marcar entrevistas desde que tenham consentimento dos entrevistados. Na prática, no entanto, há uma série de restrições a entrevistas e filmagens em lugares públicos, o que contradiz o discurso oficial.
Relatos de cerceamento à imprensa são feitos diariamente à organização dos Jogos. Os jornalistas são abertamente desaconselhados a qualquer tentativa de entrevista com autoridades ligadas à segurança e atletas chineses.
- Estamos planejando um novo regulamento, pelo qual confiamos continuar no caminho de fazer a imprensa chinesa mais aberta e transparente, disse o diretor.
Liu acrescentou que a abertura e transparência da imprensa está em consonância com interesses da China.