Angélica Paulo, JB Online
RIO - Um dos artistas mais cantados e decantados da MPB, Chico Buarque já teve músicas regravadas, com diferentes leituras, por gente como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, entre outros tantos ídolos da música brasileira. Uma destas releituras, porém, ganhou charme e uma sonoridade diferente graças a um grupo de cerca de 30 mulheres que, juntas, formou o bloco carnavalesco Mulheres de Chico.
Nascido nas ladeiras de Santa Teresa, o bloco ganhou voz e cor ao longo dos últimos cinco anos foi formado em 2003 sempre com repertório buarquiano misturado às batidas do samba e do funk, entre diversos outros ritmos que são a marca do Carnaval carioca.
Na noite da última quinta-feira, as Mulheres de Chico foram batizadas no palco da Sala Baden Powell, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, por integrantes de diversos blocos tradicionais do Rio, como o Monobloco, Quizomba e Bangalafumenga, todos devidamente presenteados com uma pequena garrafa de cachaça, marca do bloco.
Vestidas em tons de rosa e branco, as cores do bloco, ou mesmo fantasiadas, as componentes do bloco mostraram que dominam bem os instrumentos de percussão. Capitaneadas por mestre Valmir, único homem entre tantas mulheres, elas esbanjaram bom humor desde a primeira música.
O repertório passeou por diversas fases da carreira do cantor, mas privilegiando sempre suas canções mais carnavalescas, por assim dizer, como Não existe pecado ao sul do Equador , A banda , Noite dos Mascarados , mas sem esquecer de clássicos como Construção . Mas o grande destaque ficou por conta da versão funkeada de Geni e o zepelim .
Apesar da animação das quase 15 mulheres no palco e do repertório mais que conhecido, a platéia não se mostrou tão animada quanto o espetáculo pedia. Talvez por ser um teatro, com todos sentados uniformemente, nem mesmo os confetes, serpentinas, brincadeiras e sorteios realizados no palco pareceu despertar a empolgação dos presentes.
Fonte de inspiração do bloco, o cantor Chico Buarque esteve presente apenas na máscara que Valmir utilizou durante quase todo o show. Outro que não pode comparecer foi o cantor e compositor Pedro Luiz, um dos idealizadores do Monobloco. A noite, porém, era de festa e as Mulheres de Chico encerraram as quase duas horas de uma bela apresentação ao som de História de uma gata , do musical Os saltimbancos .
A próxima oportunidade para conferir a performance do bloco é no dia 9 de fevereiro, quando as Mulheres de Chico se concentram na Praça Antero de Quental, no Leblon, as 16h.