Agência EFE
REDAÇÃO CENTRAL - O Papa Bento XVI se mostrou nesta quarta-feira muito preocupado com o avanço das seitas na América Latina e afirmou que a Igreja tem que oferecer um caminho para estas pessoas.
Dentro do avião que o traz ao Brasil, Bento XVI disse à imprensa que 'o avanço das seitas significa que há uma sede de Deus' e que a missão da Igreja e dos católicos é 'oferecer seu testemunho para que todos juntos encontrem um caminho que ofereça condições de vida mais justas para estas pessoas'
O Papa desejou que na cúpula da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Celam) possam ser estabelecidas 'as diretrizes para oferecer este caminho às pessoas que têm sede de Deus e de religião'.
Sobre a Teologia da Libertação, à qual Bento XVI sempre se opôs desde quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ele disse que a nova realidade gera novas demandas para o trabalho da Igreja.
- A mudança da situação política na América Latina propiciou também a mudança substancial da doutrina que prega a Teologia da Libertação. A doutrina social da Igreja marca o caminho para criar as condições humanas dignas e de justiça social - afirmou.
Para o Papa, o magistério da Igreja não pretendeu destruir o sentido de justiça social, mas reconduzi-lo pelo caminho justo.
Por outro lado, Joseph Ratzinger afirmou estar convencido de que no Brasil, a maior nação católica do mundo, com 155 milhões de fiéis, 'é decidido, em parte, o futuro da Igreja'. E acrescentou que estudou atentamente a história do país e da evolução da fé católica, "que foi perseguida no final do século XIX por forças 'neoliberais''. O Pontífice também manifestou interesse pelas culturas indígenas.
Ao responder sobre alguns dos problemas enfrentados pela América Latina, o Papa disse que 'o problema da droga surge devido à falta de esperança no futuro', e que, em relação à violência, 'os católicos podem ajudar a erradicá-la'.
O Papa se mostrou muito feliz porque chegou o momento de visitar o continente católico e expressou seu desejo de que se transforme "em um continente exemplar onde sejam resolvidos os grandes problemas da humanidade'.