Renata Machado, Agência JB
RIO - Duas jogadoras "importadas" podem ser a garantia de que a seleção feminina de pólo aquático repita o feito, no Rio, das duas últimas edições do Pan-Americano. Em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003, o Brasil derrotou Cuba e voltou com a medalha de bronze no peito atrás apenas dos EUA, atual campeão mundial, e Canadá. Para obter o mesmo sucesso nos Jogos deste ano, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) está tentando trazer para o país as brasileiras Luisa Chaves, 22 anos, e Alexandra Araújo, a Alê, 34 anos, que já atuaram na seleção australiana e na italiana, respectivamente.
As duas são atletas de altíssimo nível enaltece o técnico da seleção brasileira, Roberto Chiappini. Apesar de o pólo ser um esporte coletivo, a Luisa e a Alê iam fazer com que o Brasil desse um salto de qualidade.
A CBDA entrou com um processo na Federação Internacional de Natação para tentar a mudança de nacionalidade esportiva das duas. A entidade, porém, deu resposta negativa no dia 16. As condições para a aprovação são duas: ficar no mínimo um ano sem jogar por outro país e comprovar residência de um ano no Brasil. Este é o fator que falta: tanto Luisa quanto Alê continuam vivendo no exterior.
Infelizmente é isso. Elas já estão de fora do Mundial , em março lamenta Chiappini. Mas ainda vamos tentar trazê-las para o Pan.
Luisa esteve no país e treinou com a seleção em janeiro, em São Paulo. Ela defendeu a Austrália no Mundial Júnior de pólo aquático em 2003 (sexto lugar) e 2005 (terceiro). Mesmo fora da equipe há um ano, a atleta garante que está em forma para defender o Brasil.
Treino de seis a sete vezes por semana e jogo pelo Fremantle, um dos dois clubes mais fortes da Austrália. Participo de competições locais, do Estadual e da Liga Nacional diz Luisa.
A brasileira, que mora em Perth, abandonou a seleção australiana depois da mudança de técnico. O novo treinador imprimiu um ritmo forte e desestimulou a atleta.
Ele queria que eu aumentasse meu peso em mais de 10 quilos. A malhação era pesada e comecei a machucar os joelhos e ombros explica a brasileira de 1,75m e 64kg. A gente viajava muito e estava prejudicando meus estudos e meu trabalho. Tenho que conciliar tudo. Não dá para viver do esporte.
Com a seleção, Luisa continuaria treinando na Austrália e se juntaria à equipe apenas algumas semanas antes das competições.
Fiquei decepcionada. Treinei com eles e gostei. Estou aqui esperando notícias. Se me chamarem, estarei preparada.