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Coletivo feminista pernambucano apresenta o espetáculo 'A Dita Curva' no Rival nesta quinta

Apresentação mescla música, poesia, dança e performance

Maria Clara Feitosa/Divulgação -
Projeto "A Dita Curva", criado por artistas pernambucanas, mistura poesia, dança, performance e música
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Dez artistas pernambucanas se uniram para criar um espetáculo que mistura poesia, dança, performance e música para refletir sobre o feminino. Assim nasceu o projeto “A Dita Curva”, idealizado pela cantora, compositora e dançarina Flaira Ferro. Sucesso de público no Recife e em São Paulo, o show desembarca no Rio nesta quinta (31), às 19h30, no Teatro Rival Petrobras.

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Projeto "A Dita Curva", criado por artistas pernambucanas, mistura poesia, dança, performance e música (Foto: Maria Clara Feitosa/Divulgação)

A ideia é estimular um ambiente de troca e empatia com o público. “Precisamos contar nossa história sem mediadores ou intérpretes. Precisamos falar com nossas palavras sobre o que sentimos, somos e como queremos desfrutar nossas vidas. Esse espetáculo, assim como tantas iniciativas feministas emergentes, traz, por meio da arte, a autonomia da nossa voz. É político, poético e urgente em uma sociedade patriarcal que mata, oprime e silencia nossa existência”, comenta Flaira.

“A Dita Curva” se opõe às caixas que padronizam a existência em sociedade. Flexível às diferenças, o projeto abraça coletivamente a individualidade poética e a potência criativa de cada artista, sugerindo momentos de canto em grupo, solos, duos e quartetos. Desta forma, violino, percussão, violão, viola e teclado transitam por vários estilos musicais, do maracatu ao rock e ao pop eletrônico. Do ponto de vista cênico, as dez mulheres performam em ações e contextos que viram roda, caminhadas lentas, desenhos assimétricos e outras possibilidades cênicas de ocupar o palco com o corpo. “Queremos tratar desse universo mágico e doloroso que envolve ser mulher em uma sociedade machista, racista, elitista, homofóbica... Por isso, falamos sobre o sagrado feminino, passeando pelas várias camadas com relação a ser mulher, ser mãe, ser gorda, ser negra, ser bruxa, ser deusa, tratando de assuntos difíceis também, como feminicídio e as várias formas de silenciamento”, afirma a poeta, atriz e performer Luna Vitrolira.

Processo criativo

“Sempre procuramos seguir uma linha horizontal, por isso buscamos que todas tivessem voz! A influência foi o feminismo, buscamos não só falar dele e sim colocá-lo em prática, abrindo nossos corações, ouvindo nossos desafios pessoais, cuidando umas das outras”, conta a percussionista e arte educadora Aishá Lourenço.

Para a violinista Paula Bujes, foi interessante perceber que, mesmo com as diferenças, as criações de cada uma se entrelaçaram de maneira potente, unindo música instrumental e vocal, dança, luz e poesia.

“Todo o espetáculo foi criado conjuntamente, cada artista/compositora/cantora, apresentou suas músicas que precisavam ser ditas naquele momento que estávamos vivendo. E, a partir das músicas, já em ordem de repertório, foram surgindo imagens cuidadosamente colocadas no espaço cênico para que cada um que assistisse pudesse ser tocado pelo todo que compõe A Dita”, explica a diretora artística Lilli Rocha.

Além de se dedicarem à Dita Curva, as artistas já têm uma carreira estabelecida na música. “Eu estou com a turnê do meu segundo disco em andamento, produzindo o meu terceiro disco e, recentemente, acompanhei o Gilberto Gil durante sua passagem pelo Nordeste com a turnê do Refavela 40. A Paula Bujes também tem um projeto solo na UFPE, onde é professora de música; a Isadora Melo lança disco novo ainda em 2019 e também está em turnê com o Cordel do Fogo Encantado; a Aishá toca conosco e compõe a banda do Marcelo Jeneci, também em turnê”, relata a cantora, compositora e pianista Sofia Freire.

“Precisamos mostrar o quão forte e gigante somos. Mostrar como mulheres brasileiras, nordestinas ou não, com várias origens e influências musicais, podem se unir em forte potência”, defende a cantora, compositora e musicista Isaar.

Serviço: Teatro Rival Petrobras / Rua Álvaro Alvim, 33/37, Centro/Cinelândia, RJ / Data: 31 de outubro (quinta-feira) / Horário: 19h30 / Abertura da casa: 18h / Ingressos: R$70 (inteira) R$35 (promoção para os 100 primeiros pagantes) R$35 (lista amiga) / Venda antecipada: http://bit.ly/TeatroRival_Ingressos2GIaEKp / Bilheteria: Terça a Sexta das 13h às 21h e Sábados e Feriados das 16h às 22h Censura: 18 anos / Informações: (21) 2240-9796 / Capacidade: 350 pessoas / Metrô/VLT: Estação Cinelândia.