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Festival de Gramado começa na próxima sexta, celebrando o cinquentenário
Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 09/08/2022 às 18:27
Alterado em 09/08/2022 às 18:27
O Festival de Cinema de Gramado realizará sua 50ª edição, presencialmente, na Serra Gaúcha, de 12 a 20 de agosto, após duas edições online devido à pandemia do covid-19.
Uma novidade desta comemorativa edição é a criação da Mostra de Longas-metragens de Documentários Brasileiros. A iniciativa é muito bem-vinda em face do prestígio que o gênero adquiriu nos últimos anos, não só para retratar personagens históricos, mas também em face das turbulências do mundo atual e a consequente necessidade de sua documentação.
Um dos mais aguardados entre os selecionados é “Ademã – a vida e as notas de Ibrahim Sued”, dirigido por sua filha, Isabel Sued, e Paulo Henrique Fontenelle. Filho de imigrante libanês, Ibrahim criou um estilo na imprensa escrita através de sua coluna diária, que durou 45 anos. Isabel levou 10 anos na realização do filme que inclui entrevistas e fotos do arquivo pessoal do jornalista.
“Estou feliz em poder realizar este meu primeiro filme com um olhar sobre meu pai”, declara a diretora, que na narrativa também traz à tona a vida glamurosa do Rio de Janeiro, com os costumes, moda, política e outros fatos da época.
A programação tradicional privilegia a diversidade e o ineditismo, com filmes brasileiros de todas as regiões do País e temáticas abordando questões pertinentes ao período político e social do Brasil. Foram selecionados sete longas-metragens brasileiros ficcionais e cinco documentais, sete longas-metragens estrangeiros, cinco longas-metragens gaúchos, 14 curtas-metragens brasileiros e 17 gaúchos. A abrangência também contempla a seleção estrangeira que conta com filmes da América do Sul, do Norte e da Europa.
Entre os destaques brasileiros estão “A mãe”, de Cristiano Burlan, estrelado por Marcélia Cartaxo e “Marte um”, de Gabriel Martins, que teve seu lançamento em janeiro, no Festival de Sundance, maior evento do cinema independente mundial.
Além da abrangente programação, Gramado prestará homenagem a atores, cineastas e personalidades ligadas ao cinema com a concessão dos prêmios Eduardo Abelin, Kikito de Cristal, Cidade de Gramado e o Troféu Oscarito que, conforme já divulgado, será conferido ao ator, empresário e ambientalista Marcos Palmeira.
O troféu Eduardo Abelin irá para o cineasta Joel Zito Araújo. E o Prêmio Cidade de Gramado para a atriz Araci Esteves, protagonista de Anahy de las Misiones (1997), uma de suas principais atuações.
Com uma programação à altura da data, o evento gaúcho mantém a tradição de ser o mais antigo festival de cinema ininterrupto do Brasil, e que já faz parte da história do cinema brasileiro.
Confira a relação dos principais títulos selecionados da edição / 2022
Longas-metragens de ficção brasileiros
“Marte um”, de Gabriel Martins (MG)
“A mãe”, de Cristino Burlan (SP)
“A porta ao lado”, de Julia Rezende (RJ)
“Noites alienígenas”, de Sérgio Carvalho (Acre)
“O clube dos anjos”, de Angelo Defanti (RJ)
“O pastor e o guerrilheiro”, de José Eduardo Belmonte (DF)
“Tinnitus”, de Gregório Graziosi (SP)
Longas-metragens documentais brasileiros
“Ademã – A vida e as notas de Ibrahim Sued”, de Isabel Sued Perrin e Paulo Henrique Fontenelle
“Um par para chamar de meu”, de Kelly Spinelli
“Elton Medeiros – O sol nascerá”, de Pedro Murad
“O destino está na origem”, de Pedro de Castro Guimarães
“Eu nativo”, de Ulisses Rocha
Longas-metragens estrangeiros
“9”, de Martín Barrenechea e Nicolás Branca (Uruguai, Argentina)
“Cuando oscurece”, de Néstor Mazzini (Argentina, Uruguai)
“El camino de sol”, de Claudia Sainte-Luce (México)
“Inmersión”, de Nicolas Postiglione (Chile, México)
“La boda de rosa”, de Iciar Bollain (Espanha, França)
“La pampa”, de Dorian Fernández Moris (Peru, Chile, Espanha)
“O último animal”, de Leonel Vieira (Portugal-Brasil)