CADERNOB

Um forte candidato ao prêmio de Longa Internacional

.

Por MYRNA SILVEIR BRANDÃO

Publicado em 12/04/2021 às 11:56

Alterado em 12/04/2021 às 11:56

Nelson Chamisa – candidato da oposição Divulgação

“Presidente”, de Camilla Nielsson, integra a competitiva internacional da 26ª edição do “É tudo verdade”. Mostrado nesse domingo (11) numa prévia para a imprensa, é um dos mais cotados para levar o principal prêmio do festival, que será divulgado no encerramento do evento, no próximo dia 18.

Nielsson tinha retratado as maquinações políticas em torno da constituição do Zimbábue em seu documentário anterior, “Democratas” (2014), que foi premiadíssimo: entre outros, ganhou os troféus Human Rights e Peace Film Award na Noruega; Freedom Award, em Israel, melhor doc. em Tribeca (NY) e audiência em Budapeste.

Macaque in the trees
A diretora Camilla Nielsson (Foto: Divulgação)

Neste seu novo filme, a diretora dinamarquesa retornou ao Zimbábue para cobrir a eleição presidencial de 2018, prometida pelos líderes militares quando Robert Mugabe foi tirado do poder por seu próprio partido depois de 38 anos de ditadura.

Nielsson segue essa eleição numa disputa entre o candidato do governo, E. D. Mnangagwa – da União Nacional Africana do Zimnbábue –, e o da oposição, Nelson Chamisa, da Aliança, do Movimento para a Mudança Democrática (MDC).

Com acesso íntimo à campanha do MDC, a diretora acompanha o jovem e carismático Chamisa e os obstáculos que precisa enfrentar: o MDC detém significativamente menos recursos do que o partido do governo, que também mantém total controle sobre a polícia e os militares.

O documentário é o retrato completo de um país que parece estar constantemente lutando para se livrar do estrangulamento da corrupção, na perfeita composição de Nielsson, que acerta no ritmo e nos detalhes.

Em última análise, “Presidente” é uma peça notável do cinema investigativo e uma visão fascinante das manobras políticas que têm frustrado consistentemente as tentativas do Zimbábue para mudar esse quadro.

O filme – que concorreu em janeiro último na mostra Documentário Mundial do festival de Sundance, onde Camilla Nielsson ganhou o Prêmio Especial do Júri – está sendo exibido para o público gratuitamente e online.

Para assistir é importante consultar o site do festival para horários, direcionamentos e o limite de 1.000 ou 2.000 visionamentos de cada título.