Vendas superaram todas as expectativas do setor. No entanto, novas medidas de crédito podem afetar o desempenho no próximo ano N unca na história deste país a indústria automobilística cresceu tanto e lançou tantos modelos quanto em 2010. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa a recuperação pós-crise econômica era lenta e sem perspec tivas de retorno aos padrões de 2008, o Brasil navegou na direção contrária, passando a ser o quarto produtor mundial, agora na frente da Alemanha.
A perspectiva é fechar o ano com uma produção de 3,45 milhões de unidades, o que representa um crescimento de 9,8% sobre os 3,14 milhões de veículos comercializados em 2009, segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Os bons ventos são explicados por vários fatores, como juros baixos, linha de financiamento de longo prazo, economia aquecida e maior poder de compra por parte do consumidor.
E o futuro? Com as medidas de redução do credito adotadas pelo governo, a tendência, segundo especialistas, é que o comprador mude de hábito, principalmente aquele que financiava um veículo zero quilômetro em 60, 70 e até 80 meses. A partir de agora, os planos devem ter uma entrada mínima que irá variar de acordo com o prazo de pagamento. Para quem for comprar um carro em 24 ou 36 parcelas, haverá uma entrada de pelo menos 20% do valor total. Já entre 48 e 60 prestações, será exigido, no ato da compra, no mínimo, 40% do valor do veículo.