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Ian Gavan/Getty Images
Carlos Helí de Almeida
LONDRES
Há e xatos dois anos,
Quem quer ser um mi - lionário?
, de Dann y Bo yle, começou aqui, no F esti v al de Lon - dr es, sua brilhante carr eir a nos cine - mas, que culminou com a conquista de oito Oscar s – incluindo o de Melhor F ilme – e US$ 380 milhões arr ecadados no m undo inteir o . É mais do que sim - bólica, portanto , a escolha de
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, o no v o filme do dir etor britânico par a encerr ar a 54ª edição do e v ento , em sessão de gala agendada par a a noi - te de ontem. Assim como o filme an - terior , o longa-metr agem é um estudo do triunf o da alma humana sobr e a ad - v er sidade, só que desta v ez sem o tom catártico de seu pr edecessor . Desen v olvido por Bo yle e Simon Beauf o y , a m esma dupla de
Quem quer ser um milionário?
, o r oteir o de
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é inspir ado na incrív el pr o- v ação que o montanhista Aar on Rals- ton passou em 2003, r egistr ada no li- vr o
Between a roc k and a hard place
. Em a bril daquele ano , o atleta r esol- v eu f az er uma caminhada por uma r egião r emota dos can y ons do P ar que Nacional de Utah, sem a visar a nin- guém sobr e seus planos. Ao descer por uma das fr estas, ele escorr ega, cai de pé no fundo da fenda, mas uma das r oc has soltas aterrissa sobr e sua mão dir eita, imobilizando-o . Dur ante os cinco dias que se se- guem, Ralston vê sua pequena r eser- v a aca bar , suas ener gias se esv aír em antes de aceitar a ideia de que o único jeito de escapar vi v o da situação se- ria cortar o br aço esmagado , usando a lâmina cega de um cani v ete m u l- tiuso . Enquanto ac ha v a que esta v a com os dias contados, o montanhista r egistr ou em vídeo e f oto g r afias o de- senr olar de sua tr agédia, uma f orma de se r edimir per ante aqueles que negligenciou: a f a mília, a e x-namo- r ada, os amigos. A identificação da plateia com o as- pecto emocional do per sonagem, in- ter pr etado por J ames F r anco , jo v em ator em fr anca ascensão , torna-se fundamental par a o sucesso de uma história em que 85% dela acontecem em um único e e xíguo espaço . – Existe uma pr ofunda sensação de euf oria no f ato de alguém conseguir sair vi v o de uma situação dessas. A dor e o sofrimento tr ansmitido pelo per sonagem en v olvido nesse aciden- te a bsur do são capaz es de ger ar um elo de empatia com o espectador , que é le v ado a r econhecer a própria vul- ner a bilidade – e xplicou o cineasta de 54 anos, dur ante o br e v e encontr o com a i mpr ensa que se seguiu à pri- meir a pr ojeção do filme, na manhã
PARCERIA
– O ator James Franco (esq.) e o dir etor Danny Boyle na entr evista coletiva em Londr es: empatia com o público