Nesta quarta, 05, a partir das 19h, a nova galeria Graphos: Brasil inaugura sua primeira exposição: Ivan Cardoso.
Fotógrafo, artista plástico e cineasta, o mestre do "terrir" mostra cerca de 80 pinturas sobre fotografia, inéditas e peças únicas, até 29 de outubro.
São retratos de personalidades de áreas diversas, fotografados em preto e branco por Ivan, entre os anos 70 e 90, sobre os quais ele fez pinturas, nos últimos seis meses.
As fotos fazem parte de um acervo de 70 mil negativos do artista, autodidata, que começou a fotografar aos 16 anos.Há tempos, Cardoso experimentava esparsamente colorir suas fotos para "consumo interno", diz.
Ele se sentiu desafiado pelo convite do galerista Ricardo Duarte, dono da Graphos:Brasil, e mergulhou em uma incessante pesquisa "para inventar ou descobrir técnicas que permitissem proceder à ideia original para cada fotografia", explica ele.A pintura é feita à mão e diretamente sobre a foto.
A escolha das cores e das montagens foi se dando durante a feitura das obras.- Eu me soltei em relação às cores e acabei pintando a cara do Barrio [Artur Barrio, artista plástico] de rosa e a do ator Jardel Filho de amarelo. O retrato de João Havelange, lisérgico. Há uma série a quatro cores, da qual Ney Matogrosso é um dos destaques.
A inspiração para realizar retratos ao longo do tempo foi Man Ray, que fotografou os grandes artistas de sua época. Entre centenas de outros, Ivan registrou Hélio Oiticica, Jean Luc Godard, Torquato Neto, Haroldo de Campos, Burle Marx, Clovis Bornay, Glauber Rocha, Claudia Ohana, Debora Bloch, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Wilson Grey e Tunga.