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Alegria e tristeza

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Começou a Copa do Mundo que, além de testar a capacidade das seleções de vencer o torneio, é um grande teste para as autoridades de trânsito e de transporte, face ao afluxo de espectadores aos estádios dos jogos.

Felizmente o evento inaugural, na capital paulista, correu sem transtornos, graças ao eficiente desempenho dos transportes sobre trilhos e a operação de policia viária exercida pela CET, local.

E aqui, no nosso Rio? Em primeiro lugar, só teremos jogos do Brasil, no Maracanã, se chegarmos à final. Temos, por conseguinte tempo de aprendermos e para refletir o que poderá acontecer nos diversos centros onde acontecerão os jogos.

Escrevi, no intuito de ajudar, levando a minha experiência, aos atuais detentores da responsabilidade por estes dois importantíssimos serviços, não só para  nós , usuários, mas, principalmente para os turistas que nos visitam. Não tenho a ilusão, nem a veleidade de que tenham lido o que escrevi, ou pelo menos, se leram, não levaram em conta. Afinal, estão na meia ciência e, portanto,tudo sabem.

Mas não é proibido ter ilusão, principalmente se ela nos dá alegria, como disse, mesmo ilusória. Pois foi o que aconteceu comigo ao ler na mídia escrita que o Secretário Municipal de Transportes declarou que terá alternativas, para o caso de pane no metrô,

O que sinceramente não desejo. Coincide com o que eu escrevera alertando do perigo de “colocar todos os ovos” num só sexto, quando divulgaram que o único meio de transporte, para o Maracanã, seria o metrô e, claro, embora para menor número de usuários, o trem.

Mais feliz ainda, e nesse caso, acredito que me leram  e me ouviram, vão colocar, após 45 anos, quando eu a utilizei, a cavalaria da Polícia Militar para ordenar o tráfego e exercer também a vigilância nos arredores do estádio. Lembro-me de que, quando em 1968, participei ao oficial comandante do esquadrão que viria prestar  o serviço de policiamento de  trânsito, em dias de grande jogos, explodiu com um palavrão de júbilo e declarou: “Foi preciso vir um oficial de marinha para botar a cavalaria no trânsito, porque viu o que se faz no exterior. Advirto no entanto que é necessário, e naquela época demorou um mês, que se adestre o cavalo a conviver com o grande número de pedestres que haverá no local a ser disciplinado. Na ocasião, o então major Neilson Rebouças escolheu e utilizou, cavalos utilizados  em jogo de pólo. Funcionou impecavelmente, enquanto durou.

Já me trouxe tristeza, e a culpa não é dele, pois jamais foi preparado para exercer o cargo de operador de trânsito, nem ele nem nenhum engenheiro, pela teimosia siderúrgica em não permitir o acesso dos ônibus fretados, principalmente para os turistas, a um estacionamento em volta do estádio, desde que controlado e sinalizado, dentro da capacidade  disponível. Também a utilização do sistema do “park and drive”, que aliviaria de muito, o acesso ao estádio, da mesma forma aliviando o tráfego em seu derredor. 

Pode fazer doutor engenheiro, já se fez antes, com o controle de informação ao público motorizado, por rádio, via a Rádio Nacional, na ocasião e, note-se o estádio comportava 160 mil pessoas.Afinal não chegam ao mesmo  tempo e, para solucionar sua saída, é só atrasá-la até o escoamento do público. Aprendi este truque em 1968, em Stutgart, por ocasião do jogo amistoso Brasil e Alemanha. Tomei parte do controle do tráfego supervisionando-o por helicóptero com a “polizei” local.

Finalmente, um conselho às autoridades do setor, do alto de toda a minha vivência de uma vida de estudos e de leitura:

Existe um conselho inglês que diz: “Who dares wins”. (Quem ousa vence)

Experimentem, o Rio merece.