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Ida tranquila, volta assustadora

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Continuando a nova fase de meus artigos, não mais apontando erros e as suas correções, ou as deficiências a serem corrigidas, algumas de maneira facílima, uma vez que, como já disse , não adianta querer cooperar, com quem não quer ser ajudado, por estar na meia ciência e, como tal, tudo saber, vou lhes descrever a minha ida ao centro, na quarta feira que passou.

Peguei o taxi, na porta de minha casa, no Jardim Oceânico, aqui na Barra,às 13horas e 10 minutos. Recomendei ao motorista, de excelente nível cultural, que seguisse o caminho secreto, que eu sempre seguira, para ir ao centro, quando dirigia meu carro.

Durante o caminho, graças ao caminho com fluidez bem razoável, entabulamos conversação, sobre as atuais dificuldades do nosso trânsito, perguntando-me ele, qual era a causa principal desta dificuldade.

Ao lhe responder que era o absurdo da impunidade do motorista poder, nas horas de pico, ocupar, impunemente, o espaço das vias, sozinho no seu carro,cerca de 96% perguntou-me, como fazer para evitar este “colesterol” urbano, se o transporte público não atraia quem pode evitá-lo?

Foi a deixa suficiente para eu poder lhe explicar os benefícios do sistema URV, que cria o “colesterol bom” quer quanto a redução de até 80% dos carros circulantes e, a formidável arrecadação, de 50 milhões mensais, para cada um milhão de carros,para subsidiar o transporte público, aliviando este ônus pesado, da população, como eu,agora, não motorizada.

Ficou entusiasmado com a idéia e fez a pergunta lógica: “ Por que não  o adotam?

“Não sei, pergunte ao prefeito pelo Email:[email protected], que é o que eu tenho, ou pelo telefone da sua secretária, aliás, muito gentil, 2976-2812 e, desejo-lhe sorte,

No meu caso, usei este telefone, pedindo-lhe, com o direito de cidadão, para me receber em audiência e, até agora, bulhufas.

Acredito que alguém precisa lhe dizer que ele não é prefeito, está prefeito. Sic Transit Gloria Mundi, como está escrito, para lembrar a todos, nas portas dos cemitérios, a terem humildade..

Rapidamente, chegamos ao nosso destino, esquina de rua da Alfândega com a  rua Primeiro de Março, exatamente, às 13horas e 50 minutos. Tempo da viagem: 40 minutos. Um recorde, que mereceu a observação de despedida do motorista Marco Antônio< “ Quem sebe, sabe” .

De lá, fui a pé até a sede do DETRAN, cumprir a minha função de presidente da Primeira JARI, não sem antes enfrentar o paredão de ônibus.,atravessei, protegido pela faixa de pedestres com  semáforo, a Avenida Rio Branco, quando o dito paredão permite que se o veja.

Todas as quartas feiras, quando caminho pela rua da Alfândega, em direção ao DETRAN, naquele trecho, entre rua de Uruguaiana e a rua da Conceição, sinto-me na “medina” de Fez, no Marrocos, tal a semelhança da conflagração dos artigos à venda, nas lojas e nas ruas. Animando o espetáculo um alto falante berra reclames de produtos. É a glória!

Já a volta, viajei, praticamente do céu ao inferno. Embarquei no metrô,  na estação Uruguaiana,  sentei-me no banco dos idosos e, lá fui eu, rapidamente e no conforto do ar condicionado, de um vagão com poucos ocupantes em pé, cuja maioria saltou na estação Serzedelo Correia. Eu, por precaução, saltei na estação de Cantagalo, em face de presumida facilidade de táxis circulando, naquele entroncamento, ali existente, na praça Eugênio Jardim. Fiquei maravilhado com o interior da estação. Primeiro Mundo, senti-me em Londres. Construída em profundidade como lá, dotada de escadas rolantes, uma delas com a extensão e inclinação das que lá existem, como na estação de Green Park, na Picadilly Line, por exemplo. Dotada de esteira rolante num extenso corredor, com uma decoração sóbria e de bom gosto, sinalização orientadora das saídas e embarques, eficiente, enfim, nada  a reprovar e, tudo a elogiar.

Embarquei facilmente num táxi que deixava uma passageira idosa, exatamente onde eu estava parado.

Ai, meus caros leitores, começou o meu inferno. O motorista, magérrimo, calado e, ás vezes praguejando, era o protótipo do estressado. Pedi a Deus, enquanto passava o cinto de segurança, que ele não fosse acometido por um enfarte durante o nosso trajeto.

Tomou o rumo da Avenida Atlântica, assomando, em seguida à orla de Ipanema e Leblon, quando pude, com “um olho no padre outro na missa”, apreciar o espetacular fim de tarde que por ali se nos apresenta.

Ao final do Leblon, para minha surpresa, escolheu seguir pela avenida Niemeyer o que, a par de permitir–nos a espetacular vista do crepúsculo, proporcionou-me indescritível e emocionante suspense, na sua disputa de espaço para poder entrar na única faixa de rolamento, daquela avenida, competindo, entre outros  veículos,  com dois ônibus, um de cada lado, com fintas dignas de um toureiro a merecer olés, ao desviar o touro com a capa.

Finalmente chegamos em São Condado, onde logicamente, ele preferiu a pista inferior, a secundária e, lá no seu final,invadiu , de maneira sensacional, o fluxo principal.

Finalmente, ao chegarmos na Barra, ousei lhe dirigir a palavra recomendando-o, como se colocara na faixa da esquerda, que tomasse a da estrema direita, uma vez que iríamos para o Jardim Oceânico e, não seguir pela Avenida das Américas.

Logo após a conversão sob a ponte que levaria em frente, para a Avenida das Américas cheguei, “safe and sound” em minha casa.

Ao saltar, passei, seriamente a repensar o fato de não possuir um carro próprio, com motorista de minha confiança. Como se diz em Espanha: “A ver!”