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A Copa do Mundo das séries e filmes

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Um dos principais motivos de se navegar nos menus de operadoras de streaming, como Amazon, Netflix, Crackle etc, é justamente, não estar, passivamente, à mercê da programação fixa dos canais pagos e poder optar por conhecer filmografias e produções de outros países (para achar algo diferente no cabo, só em canais étnicos, como NHK, TV5, RAI, RTPi etc). Já que, basicamente, uns 70% do que recebemos de canais de filmes e séries são produções oriundas dos Estados Unidos.

Por isso, quando Netflix chegou ao Brasil, eu navegava, curioso, em suas opções e achava coisas outras. Na época, catei várias opções vindas do México, por exemplo, um país que tem uma produção cinematográfica imensa, tanto quanto Hollywood. Achei lá uns filmes com o famoso lutador de lucha libre Santo, el enmascarado de plata. Me divertia. Mas, à medida em que Netflix se popularizou, sumiu com o catálogo mexicano. Fiquei triste.

Contudo, de uns dois anos para cá, com a progressiva penetração internacional da Netflix (está em mais de 190 países e crescendo), começaram a coproduzir conteúdo em diversos mercados (no Brasil, por exemplo, fazem “3%” e “Super drags”). Assim, voltamos a ter as portas abertas para outras línguas e outros olhares. 

Como a excelente série fantástica alemã “Dark” (segunda temporada já está a caminho), as espanholas “La casa de papel” (fez tanto sucesso, que planejam produzir uma versão americana) e “Merlí” (comentada aqui, produção já encerrada), várias pequenas séries japonesas (entre elas “B: the beginning”; e minha favorita, “Midnite diner: Tokyo stories”); França (com “A louva-a-deus” e “Marseille”); Dinamarca (“The rain”); Bélgica (“Tabula rasa”); Austrália (“Falha”); Coreia do Sul (“My only love song”); México (“Club de Cuervos”); Colômbia (“Comédia”) e não podemos nos esquecer da Inglaterra, com a superproduzida e aclamada “The crown”. É uma verdadeira volta ao mundo (quase completa), uma Copa do Mundo de entretenimento.

Por outro lado, chega a notícia (triste) de que, em breve, o Eurochannel vai sair do Brasil. O canal, que já esteve nas extintas TVA (onde foi criado, em 1994), DirecTV, depois na Via Embratel e Oi; e, hoje em dia, tem pouca penetração por aqui (está apenas na Vivo TV e pequenas operadoras de cabo locais), deve desligar o seu sinal brasileiro ainda este ano, e continuar transmitindo apenas nos demais países da América Latina. Uma lástima.  

Porque, foi através do Eurochannel, que conhecemos series britânicas, depois cultuadas, como “The office” (a original), “Absolut Fabulous”, “Coupling”, e várias produções, de todas as partes da Europa, sobretudo filmes poloneses, franceses, italianos, suíços, em ciclos e festivas dedicados a diferentes culturas. Atualmente, exibem duas séries inglesas clássicas dos anos 1960: “Os vingadores” e “O prisioneiro”. Vai fazer falta.

Rugidos

• *“Samantha!” é a terceira produção brasileira da Netflix. É uma comédia, estrelada por Emanuelle Araújo. Estreia dia 6 de julho. 

• *Já nos EUA, Netflix anunciou a produção da minissérie em oito capítulos, “Unbelievable“, que será estrelada por Toni Collette (que está nos cinemas brasileiros, arrasando no filme de terror “Hereditário”) e Merrit Wever. 

• *Enquanto Stephen King assusta os assinantes americanos do Hulu, com sua série de terror “Castle rock”, o canal SyFy convocou outro mestre da literatura de horror, Clive Barker, para desenvolver uma série baseada em seu livro “Nightbreed” (que, foi filmado nos 90s).