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Polícia encontra dez corpos perto da central nuclear de Fukushima

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TÓQUIO - A polícia japonesa anunciou nesta quinta-feira ter encontrado dez corpos de vítimas do tsunami do dia 11 de março na área ao redor da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, onde os técnicos continuam bombeando toneladas de água contaminada pela radiação.

Mais de 300 policiais, vestidos com uniformes e máscaras protetoras, começaram a varrer um raio de 10 km em torno da usina pela primeira vez desde o terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami que devastou a região.

Alguns dos corpos estavam dentro de veículos arrastados pela onda gigante ou debaixo de escombros, explicou à AFP um porta-voz da polícia.

Depois da catástrofe na usina de Fukushima, as autoridades retiraram a população residente em um perímetro de 20 quilômetros ao redor de suas instalações devido aos níveis altos de radiação.

No dia 3 de abril, a polícia concentrou suas buscas apenas na faixa situada entre 10 e 20 quilômetros da zona de exclusão. As buscas começaram às 10H00 (22H00 de Brasília de quarta) e terminaram ao anoitecer.

"É difícil estimar a quantidade de pessoas desaparecidas na região. Precisamos encontrá-las o mais rápido possível", acrescentou. "Se os corpos emitirem uma taxa alta demais de radioatividade, teremos que lavá-los antes de levá-los para o necrotério para a autópsia", indicou o porta-voz.

Segundo estimativas da polícia, 13.349 pessoas perderam a vida na tragédia, enquanto 14.867 ainda são consideradas desaparecidas.

O imperador Akihito e a imperatriz realizaram nesta quinta-feira sua primeira visita à zona afetada pelo desastre para se encontrar com moradores da província de Chiba, vizinha a Tóquio.

O primeiro-ministro, Naoto Kan, desejou por sua vez que as regiões devastadas consigam se recuperar e oferecer uma qualidade de vida exemplar a seus cidadãos. "Gostaria que me propusessem um plano que permita ao Japão se restabelecer e criar um ambiente social melhor para a população", disse Kan, durante a primeira reunião do painel de especialistas montado por seu governo para coordenar os esforços de reconstrução.

Segundo a agência de notícias Kyodo, o primeiro-ministro imagina uma nova cidade no interior, onde residiriam entre 50.000 e 100.000 pessoas, que correm o risco de ter as casas condenadas devido à radiação de Fukushima.

Na central de Fukushima, atingida por uma onda de 14 metros de altura no dia 11 de março, que danificou o sistema elétrico e o sistema de resfriamento dos reatores, os funcionários da Tokyo Electric Power (Tepco) continuam bombeando a água radioativa que se infiltrou nas instalações e galerias subterrâneas. "Até agora, já retiramos 700 toneladas de água da galeria do reator 2", declarou Takeo Iwamoto, porta-voz da Tepco. "A retirada da água do interior e exterior das instalações durará semanas", destacou.