ASSINE
search button

XXII Bienal de Música Brasileira torna o Rio a capital da música contemporânea brasileira

Compartilhar

Começa hoje a festa da música contemporânea brasileira, com o concerto de abertura da XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, às 19h, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

A cidade passa a ser, de hoje até o dia 29 de outubro, mesmo que por uma semana, a capital da música contemporânea no país, sede do evento, onde serão executadas 61 obras inéditas, 15 de compositores convidados e 46 selecionadas pelo Prêmio Funarte de Composição Clássica 2016.

Serão apresentados os mais variados estilos, escritos por compositores dos mais expressivos brilhos, talentos, com técnicas de composição das mais variadas e todos com suas verdades escritas, onde a criação musical poderá ser apreciada através de seus mais diversos caminhos estéticos.

Muitos estarão presentes, outros infelizmente não, mas o mais importante é a realização do evento, único no setor, unindo nobres compositores elogiados pela grande crítica internacional, criadores que já são conhecidos e estão no meio de seus caminhos e outros começando suas trajetórias e precisando apresentar seus trabalhos, tudo na maior harmonia desejada e possível, tudo pela música e visando a música.

Uma homenagem especial é para Flávio Silva, presente desde sempre, e para sempre, com seu nome vinculado às Bienais de Música Contemporânea.

É importante e definitiva a participação do Ministério da Cultura, MinC, sobretudo na edição de 2017, uma vez que todos sabemos das dificuldades existentes no país, e aplaudimos saber que todos os pagamentos aos compositores foram honrados. É de suma importância que o MinC, através da FUNARTE, e do seu Centro  de Música, acolha a Bienal de Música Contemporânea como um evento institucional e de alta importância para os compositores brasileiros. Todo apoio é bem-vindo, mas a permanência da tradição da chancela do MinC e da FUNARTE, são primordiais e definitivos para a realização dos eventos futuros. A edição de 2017 também teve a parceria da Academia Brasileira de Música.

A coluna informa a programação do evento abaixo assim como o link para todas as informações,www.funarte.gov.br/musica/xxii-bienal-de-musica-brasileira-contemporanea-catalogo/

Hoje, dia 23, às 19h

Concerto inaugural

Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Praça Floriano, S/N - Centro, Rio de Janeiro

Ingressos e informações: (21) 2332 9191

Obras apresentadas

Ernani Aguiar - Abertura “Minas Gerais”

Ronaldo Miranda - Transfigurações

                                  flauta solo: Rubem Schuenck

Liduino Pitombeira - Concerto para piano e orquestra nº 2

                                     piano: Maria Di Cavalcanti

Paulo Costa Lima - Tempuê

Eli-Eri Moura - Prismas

                            Fagote solo: Aloysio Fagerlande

Marlos Nobre - Preambulum e Toccata para Orquestra, op. 126

Orquestra Sinfônica Nacional da UFF

regente: Tobias Volkmann

Compositores comentam suas obras

Fonte: Catálogo Oficial do evento

Ernani AguiarAbertura “Minas Gerais”: é uma homenagem à minha Minas, católica, romântica, republicana e libertária. É dedicada ao patrono Lobo de Mesquita e ao amigo e confrade Flavio Silva.

Ronaldo MirandaTransfigurações: foi composta em 2016, por encomenda da Funarte, para a XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Em um único movimento, a obra começa com uma cadência da flauta solista, que conduz o discurso sonoro a um vigoroso tutti orquestral. A partir daí, começa o diálogo entre a flauta e o conjunto sinfônico, alternando atmosferas líricas e lúdicas, em texturas que se transformam progressivamente.

Liduino Pitombeira-  Concerto para piano e orquestra nº 2: a obra em três movimentos — Sério, Dolente, Animado — dedicada à sua esposa, a pianista Maria Di Cavalcanti, é construída a partir de materiais sonoros que se interconectam, ora de maneira rigorosamente planejada, ora de maneira livre. O rigor na arquitetura da obra e a complexidade dos materiais se diluem gradualmente à medida em que os movimentos são apresentados, indo de um uso mais sistemático de sonoridades mais densas até um uso mais intuitivo de elementos mais tradicionais.

Paulo Costa Lima- Tempuê: trata-se de uma narrativa com interferências. O primeiro gesto da obra é uma pequena oferenda, como se o protagonista compositor marcasse ali um certo significado e abandonasse para seguir seu caminho. Mas, qual nada, a oferenda retorna e retorna, ressignificando tudo, e o caminho-narrativa vai ficando cheio de encruzilhadas, dando origem a idílios, scherzi e finale. O que se canta nessa obra é um canto de risco e de afirmação - que os andamentos saltitantes concatenam, e muito dependem disso. É também um mergulho de simbiose entre a lógica musical “deles” e a nossa, embora possa haver mais de uma resposta para quem são eles e quem somos nós. Exercício de pertencimento ou despertencimento, grito de luta ou de carnaval. Siga Tempuê seus passos dançantes.

Eli-Eri Moura- Prismas para fagote e orquestra: a peça foi concebida como uma emulação de feixes de luz, simbolizados pela música do fagote solista, que ao incidirem e atravessarem diferentes e hipotéticos prismas – incorporados pelos diversos tuttis orquestrais – resultam em múltiplas refrações, propagações e transformações.

Marlos NobrePreambulum e Toccata para orquestra, op. 126: foi escrita por encomenda para a Bienal de Música da Funarte 2017. Nesta obra, continua a trabalhar com a técnica do total cromático que vem desenvolvendo nos anos recentes. Esta técnica nada tem a ver com os processos seriais nem dodecafônicos, nem qualquer outro em uso na composição contemporânea. Não parte de anotações pré- vias de séries cromáticas nem nada pelo estilo. Podemos somente dizer que utiliza o total cromático de acordo com uma visão pessoal, pois o compositor acredita que ainda tem muito a explorar na utilização do universo do cromatismo total. Preambulum e Toccata está escrita em duas partes interligadas: o Preambulum tem como ideia básica as notas do nome B.A.C.H. (sib, la, do si) que são transformadas de forma contínua e consequente. O clima é etéreo, evocativo e às vezes violento. A 2ª parte, Toccata, explora cromaticamente o virtuosismo dos grupos orquestrais individualmente (cordas, madeiras, metais e percussão), em uma espécie de “delírio sonoro”, onde o cromatismo atinge uma função construtiva e ao mesmo tempo delirante. A percussão assume um espaço de igual relevo em relação aos demais grupos orquestrais.

Próximos concertos

Dia 24, às 19 h

Sala Cecília Meireles

Rua da Lapa, 47 - Lapa

Ingressos e informações: (21) 2332 9223

Obras de Luciano Leite Barbosa, Caeso, William Billi, OiliamLanna,  Marcos Nogueira, Igor Maia, Gustavo Bonin, Luã Almeida, Patrícia de Carli e Aylton Escobar

Dia 25, às 19 horas

Sala Cecília Meireles

Rua da Lapa, 47 - Lapa

Ingressos e informações: (21) 2332 9223

Obras de Marcos Lucas, Edino Krieger, Sérgio Roberto Oliveira, Mauricio Dottori, Tauan Gonzalez Sposito, João Isaac Marques, Guilherme Bertissolo, Santiago Beis, Caio Facó, Luigi Antonio Irlandini, Alexandre Schubert e Marco Feitosa

Dia 26, às 19 h

Sala Cecília Meireles

Rua da Lapa, 47 - Lapa

Ingressos e informações: (21) 2332 9223

Obras de Danilo Rosseti, José Ricardo, Jorge Antunes, Alex Pochat, Bryan Homes, Luiz Carlos Csekö, Guilherme Ribeiro, Levy Oliveira, Bruno Santos, Thiago Diniz e  Lucas Filipe Oliveira

Dia 27, às 19 h

Sala Cecília Meireles

Rua da Lapa, 47 - Lapa

Ingressos e informações: (21) 2332 9223

Obras de Dimitri Cervo, Helder Oliveira, João Guilherme Ripper, Edson Zampronha, Ricardo Tacuchian e Wellington Gomes

Dia 28, às 19 h

Sala Cecília Meireles

Rua da Lapa, 47 - Lapa

Ingressos e informações: (21) 2332 9223

Obras de Fred Carrilho, Danniel Ribeiro, Paulo Cesar Santana, Maryson J. S.Borges, Diego Batista, Alexandre F. Travassos, Felipe de Almeida Ribeiro, Rodrigo Marconi, Marisa Rezende, Vinicius Amaro, CaduVerdan e Armando Lobo

Dia 29, às 17 h

Sala Cecília Meireles

Rua da Lapa, 47 - Lapa

Ingressos e informações: (21) 2332 9223

Obras de Ângelo Martins, Marco Antônio Machado, Marcos Cohen, Roberto Victorio e Rodrigo Cicchelli.