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Prêmio e concertos de Beethoven

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Final de semana muito concorrido de emoções começando na sexta-feira.

PRÊMIO – A Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro realizou a solenidade de entrega do Prêmio São Sebastião de Cultura a personalidades que contribuíram de forma expressiva para a cultura, respeitados os critérios da Igreja e da fé cristã,segundo palavras de  seu presidente, Prof. Carlos Alberto Serpa. O evento aconteceu na última sexta-feira,dia 24 na Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa e foi conduzida com a elegância de sempre pelo Prof. Serpa ao lado de sua mulher Beth Serpa,que receberam para um simpático coquetel.

 A coluna informa abaixo,os nomes dos premiados: 

Prêmio Ação cultural – Frederico Reder 

Prêmio Divulgação da Fé - Papa Francisco , recebido pelo monsenhor Sergio Costa Couto que enviará ao Papa no Vaticano 

Prêmio Guilherme Arinos - Eva Vilma 

Prêmio Artes Cênicas- Mateus Solano 

Prêmio Música- Carol Murta Ribeiro 

Prêmio Comunicação Pessoa Física- Gerson Camarotti – 

Prêmio Comunicação Pessoa Jurídica- Globo News- recebido por Gerson Camarotti representando Carlos Jardim

 Prêmio Audiovisual- José Dias 

Prêmio Esporte - Arthur Zanetti

Prêmio Projeto Especial- MAR- Museu de  Arte do Rio – recebido por Luiz Guimarães, representando o Museu 

Homenagem Póstuma - Luiz Paulo Horta 

A coluna parabeniza a todos os agraciados  e ao Prof. Carlos Alberto Serpa pelo êxito do evento. 

Crítica: CONCERTOS BEETHOVEN 

Experiência só se adquire no palco,é ali que o artista está sempre solitário. O estudo durante várias horas diárias é a base para que os dedos estejam fortalecidos com a técnica necessária assim como o  aperfeiçoamento das memórias motora,auditiva e visual,por exemplo. Mas é no palco, repito,que as emoções transbordam, a excitação mental é aflorada,e ali será o lugar da realização de todo um estudo,previamente concebido para o tão esperado concerto. Fiz este preâmbulo para ter a total certeza de que é da maior importância dar oportunidade aos jovens e aos não tão jovens, de pisar e estar no palco,onde o desafio é decididamente ímpar, onde estão constantemente em jogo dificuldades técnicas, qualidade sonora e toda uma gama de problemas cuja resolução são necessários para o sucesso das execuções,as performances. Pisar no palco para uns é deslumbrante, para outros arrepiante e para outros ainda, um ato desesperador. Cada um reage diferente e o denominador comum é a concentração.

A empresária Myrian Dauelsberg que antes de tudo sempre foi uma talentosa professora,vibrante com seus alunos e sabedora das dificuldades no agendamento de concertos assim como na programação dos pianistas que começam, criou desta vez o Ciclo Beethoven – Concertos para Piano 2014,que foi realizado no sábado e no domingo,dias 25 e 26, no Espaço Furnas Cultural. Toda integral é emocionante porque é uma oportunidade de se ouvir, neste caso, todos os cinco concertos do grande compositor alemão L.V.Beethoven em dois dias. Sem orquestra? Graças aos trabalhos de redução da parte orquestral por Max Von Pauer, para as Edições Peters, é possível ouvir os concertos na versão de dois pianos,onde o segundo piano,isto é o que não é o solista, nos faz sentir a obra plena, apresentando o conteúdo da obra destinado ao conjunto de uma orquestra. No primeiro dia foram apresentados os Concertos nº 1 pelo pianista Patrick Rodrigues,que gostaríamos de ouvir em dias mais felizes. O Concerto nº2 teve como solista o pianista Daniel Burlet que reafirmou seu estilo sóbrio,suas frases com lindos cantábiles expressando o melhor do texto do segundo concerto do mestre de Bonn. Uma belíssima apresentação acompanhada de muitos e verdadeiros bravos. O Concerto nº 3 foi executado pelo pianista André Signorelli, que apesar do pouco tempo do texto em suas mãos, fez um trabalho sério, também vencendo as dificuldades técnicas aliado ao  seu fraseado elegante e merecedor também de todos os bravos da platéia. No domingo foram apresentados os últimos concertos para piano. Pelas mãos da pianista Patrícia Gratzl, a única presença feminina no Ciclo Beethoven, foi executada uma das mais profundas páginas da literatura clássica para piano,que é o Concerto nº 4.

A solista é dona de uma facilidade técnica natural,além de ter contribuído para momentos belíssimos de introspecção, onde a calma que traduz seus sentimentos é sem dúvida o seu grande trunfo. Brilhou serena,muito talentosa além de uma figura no palco bonita. O pianista Silas Barbosa foi o solista do Concerto nº5, também chamado de “Imperador”. Muito experiente venceu todos os problemas técnicos da grande obra e ganhou da platéia uma ovação bem merecida. Os parabéns para a pianista Priscila Bomfim por ter contribuído com o sucesso dos solistas.

O resultado foi sem nenhuma dúvida altamente positivo e o sucesso foi definitivo para este projeto dos Concertos de Beethoven. Imaginem que no domingo mais de 80 pessoas tiveram que voltar,uma vez que o teatro estava lotado,o que traduz de uma maneira muito clara que quando se dá  boa música o público vem,e olhem que o calor estava muito desagradável na cidade e mesmo assim estavam todos lá. A coluna sugere ao Espaço Furnas Cultural a compra de um piano de meia cauda, uma vez que o local é própício para a realização de concertos,bem agradável e que no caso dos eventos seria desnecessário o aluguel de pianos. Aliás por falar em pianos as palavras de Myrian Dauelsberg foram bem expressivas quando sugeriu “precisamos fazer uma campanha para que o Rio de Janeiro tenha bons pianos”, recebendo evidentemente todos os aplausos da platéia. A coluna gostaria de sugerir a compra de pianos novos para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o que seria um bom legado para a sempre gentil Secretária Estadual de Cultura Adriana Rattes.

O BRAVO da coluna ao evento, a produção e realização impecáveis e a  possibilidade do Rio de Janeiro poder assistir, em pleno verão insuportável, a genialidade dos Concertos de Beethoven,evento que deveria ser repetido para os que não puderam assistir e para os que gostariam de ouvir mais uma vez uma integral emocionante.