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Crítica: OPES e OSB abrem suas temporadas em  2013

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Com concertos realizados  dias 22 e 23 de março, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, as  duas mais importantes orquestras da cidade já fizeram os concertos de abertura das suas temporadas de 2013. Duas orquestras sinfônicas, dois mundos muito diferentes - apesar de tudo ser música, e, para a música, com plateias e emoções distintas -, lotaram  o Municipal nos dois dias, permitindo que bons fluidos estivessem no local. A temporada, enfim, começa em grande estilo! O Rio de Janeiro merece. 

OPES – A primeira orquestra a subir ao palco do Theatro Municipal em 2013 foi a Orquestra Petrobras Sinfônica, que estava em dia de glória sob a batuta do seu diretor artístico e regente titular, o maestro Isaac Karabtchevsky , que a coluna adora! O programa do concerto foi todo dedicado ao compositor Giuseppe Verdi, homenageando seu bicentenário de nascimento, começando com as Quatro Peças Sacras,uma obra  muito profunda e de grande emoção, que Karabtchevsky e sua orquestra souberam transmitir da melhor maneira, culminando com um Te Deum primoroso. 

A cada ano, o som do conjunto é aperfeiçoado e modelado. Sempre tivemos a impressão segura de que o conjunto é verdadeiro, isto é, trabalha e toca muito junto. Todos são estrelas, todos os naipes são formados por excelentes músicos que investem suas energias para o pleno êxito dos concertos, e isto é altamente passado para o público, que sente a vibração do excelente conjunto. O Coro Sinfônico do Rio de Janeiro faz sempre realizações interessantes, e deveria pensar mais o naipe feminino dos sopranos, que talvez por empolgação, na Ave Maria, obra inicial, deveria ter tido uma afinação perfeita. É importante o cuidado constante.

Na segunda parte foram ouvidas obras mais conhecidas do público. Árias de óperas como Va Pensiero de Nabucco, Coro dos Ferreiros de Il Trovatore, a Abertura da grandiosa Aida, assim como a Marcha Triunfal, da mesma ópera, sendo sem dúvida o triunfo de Karabtchevsky, que é um talento para reger ópera. Um concerto em grande estilo, com um dos mais importantes maestros brasileiros comandando uma grande orquestra, com o Theatro lotado e ovacionado pelo público que tanto o admira. O Bravo da coluna.

OSB – Em menos de vinte quatro horas, novas emoções para festejar os 150 anos de nascimento do grande compositor brasileiro Ernesto Nazareth.

A Orquestra Sinfônica Brasileira iniciou sua apresentação com o Concert Romanesc, de György Ligeti, obra muito especial onde elementos memoráveis da infância do compositor e do folclore estão presentes. Lindo o movimento lento, muito bem realizado pelo conjunto, especialmente pelos sopros. O mais aguardado, entretanto, foi a estreia mundial do Tributo a Ernesto Nazareth, obra de Yamandu Costa e Paulo Aragão, tendo como solista o próprio violonista Yamandu Costa, todo de roupa alaranjada e branca, executando bravamente a nova obra de nasceu formalmente  naquela noite, contando com a ótima parceria do maestro Roberto Minczuk, regente titular do conjunto. Como bis, o Brejeiro de Nazareth. Segunda parte com as Impressões Brasileiras de Ottorino Respighi e as Bachianas Brasileiras nº7 de Heitor Villa-Lobos. A OSB fez um concerto muito bom, com o Theatro Municipal lotado, e acreditamos que o público, uma minoria, deveria ler o programa para não bater palmas entre os movimentos das obras, fato que é desagradável porque pode tirar a concentração tanto do maestro quanto dos músicos. Apesar das obras terem vários movimentos, é de extrema importância o silêncio entre eles, para fazer a passagem das emoções, que continuam em outros andamentos.

A OSB reencontra a paz e são os desejos da coluna.