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Conversando com Heloisa Aleixo Lustosa 

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Heloisa Aleixo Lustosa é sinônimo de arte, elegância e grande cultura.  A grande dama das artes plásticas nasceu em Minas Gerais, filha de Pedro Aleixo, ex-vice-presidente da República, e mora há vários anos no Rio de Janeiro, onde esteve à frente do Museu Nacional de Belas Artes como sua diretora,realizando no local exposições de alta expressividade e importância como, por exemplo, Boudin, Rodin, Monet e Salvador Dali. 

A convite dos governo russo, estagiou no Museu Ermitage assim como no Museu de Arte Moderna de Paris, também a convite do governo francês, de quem, aliás, recebeu a L’Ordre des Arts et des Lettres, no grau de Chevalier.

Por todo seu grande trabalho em prol das artes plásticas, sobretudo na cidade, Heloisa recebeu o Título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro, em 2002, na Alerj, de autoria do então deputado Sergio Cabral, atual governador do Estado.

Na atualidade, além de ser integrante do Conselho Empresarial de Cultura da Associação Comercial do Rio de Janeiro, é a nova presidente da Academia Brasileira de Artes, onde está dinamizando a entidade.

Como atual presidente da Academia Brasileira de Arte, que completa 70 anos de fundação, gostaríamos de saber mais sobre o histórico da instituição. 

A Academia Brasileira de Arte foi fundada em 12 de agosto de 1942, por inspiração de Ataulfo de Paiva, para culto da arte em sete de suas manifestações: pintura, escultura, arquitetura, literatura, teatro, música e crítica/história das artes. Teve como fundadores figuras do porte de Eliseu Visconti, Heitor Villa-Lobos, Gustavo Capanema, Alceu Amoroso Lima, Roquette Pinto, Leopoldo Gottuzzo, entre outros.

Sendo você uma mulher de grande expressividade no meio cultural do país, quais são seus principais planos para dinamizar a entidade?

Ao longo desses 70 anos, sem sede própria e sem maiores fontes de recursos, a academia conheceu altos e baixos.  Seus membros chegaram a envergar fardão e suas posses eram realizadas na Escola Nacional de Belas Artes, nos auditórios da Academia Brasileira de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e no Museu Nacional de Belas Artes.  Com a doença e falecimento do ex-presidente Agenor Rodrigues Valle, em 2010, houve uma espécie de parada. Agora, a academia pretende dinamizar sua programação cultural, realizando parcerias com instituições culturais e galerias de arte, cursos e conferências, visitas a ateliês e exposições de arte, além de buscar nomes representativos nas áreas a que se dedica para preencher seu quadro.

Para maior divulgação da Academia Brasileira de Arte, seria interessante você citar os nomes das personalidades que são hoje os acadêmicos, portanto, os seus integrantes.

Hoje, o quadro acadêmico tem 29 das suas cadeiras preenchidas.  São eles, por área de atuação: Arquitetura: Oscar Niemeyer; Dança: Dalal Achcar; Moda: Hildegard Angel; Música: Marlos Nobre, Alceu Bocchino, e Haroldo Costa; Artes Visuais: João Candido Portinari, Anna Bella Geiger, Evandro Carneiro e Mario Mendonça; Letras:Afonso Arinos, Antonio Fantinato, Jarbas Passarinho e Luiz Paulo  Horta; Teatro: Sabato Magaldi; Patrimônio Histórico: Maria Beltrão; História e Crítica ligadas às Artes: Israel Pedrosa, Vasco Mariz, Sylvio Lago e Ricardo Cravo Albin; Circuito ligado às Artes: Harilda Larragoiti, João Mauricio Pinho, Victorino Chermont de Miranda, Teophilo de Azeredo Santos, Sergio Fadel, Gustavo Affonso Capanema, Patrick Meyer, Paulo Barragat, e eu que, desde 1986, faço parte dessa área, sucedendo ao ministro Gustavo Capanema, na cadeira 20, tendo sido recebida pelo escritor Marcos Almir Madeira. 

Obrigada, Heloisa, pela conversa.