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Conversando com Myrian Dauelsberg 

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A empresária Myrian Dauelsberg, presidente da Dell’Arte, é antes de tudo pianista e grande professora de gerações de pianistas no país. Quando foi diretora da Sala Cecília Meireles, realizou ciclos memoráveis como o Ciclo Bach, o Ciclo Brahms, onde plateias lotavam o local para ver as grandes estrelas internacionais que vieram pela primeira vez ao Brasil, como o maestro Karl Richter, o Beaux Arts Trio e o violoncelista Rostropovich, para citar apenas alguns.

Myrian, não temos mais os célebres ciclos de ouro que você idealizou e realizou, quando dirigiu a Sala Cecília Meireles. O que mudou: a vontade de realizar ou a falta de cabeças pensantes?

O desaparecimento de alguns artistas insubstituíveis como por exemplo Karl Richter. Até agora, ao meu ver, não surgiu uma personalidade que chegasse à genialidade de Richter no que tange à interpretação dos grandes oratórios e obras corais. Esta é uma das razões para não querer programar ciclos que dificilmente terão a qualidade dos que organizamos no passado.

Você teve grandes alunos, uma turma que ganhava a maioria dos concursos de piano no país, o que era um incentivo, e o alto nível de seus alunos era sua marca. Atualmente são raros os concursos de piano e  ainda mais raros pianistas brasileiros ganhando os certames internacionais. Você nunca pensou em idealizar e realizar um concurso internacional de piano do Rio de Janeiro?

O magistério sempre foi minha paixão. Tive a incrível sorte de ter tido alunos com grande talento e personalidades extremamente  interessantes. Seguir o seu desenvolvimento foi e é um trabalho fascinante. Hoje, reduzi muito o número de alunos que aceito orientar. Tenho um trabalho intenso na Dell’Arte, que cresce de ano para ano! Concurso de piano? Não é impossível que venha ainda a realizar no futuro.

Sendo filha da saudosa e carismática violinista Mariuccia Iacovino, seu gosto sempre foi apurado, principalmente na música. A Dell’Arte, que faz 30 anos este ano,s ua empresa de soluções culturais, é uma realidade. Quais são suas propostas para o futuro?

Abrir novas frentes. Fazer novos projetos e trabalhar para abrir mais mercado para artistas brasileiros no exterior. Estamos sempre abertos a novas ideias e cada vez mais otimista quanto ao futuro!

Obrigada, Myrian, pela conversa.