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Crítica – Esplendor das Minas Gerais na batuta de Mechetti

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No concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, realizado ontem, no Theatro Municipal, a entrada no palco do spalla já dava o tom da classe da orquestra. 

O maestro Fábio Mechetti, diretor artístico e regente titular, foi muito aplaudido ao chegar ao pódio, dirigindo-se ao público para enfatizar a alegria de estar tocando com a orquestra pela primeira vez no Rio e no Theatro. 

Explicou um pouco a primeira obra do programa, que foi o resultado de um concurso de composição de obras encomendadas especialmente para o conjunto. A peça chama-se Aura, do compositor mineiro Sergio Rodrigo, que ainda deve pensar em um melhor tratamento orquestral assim como na mobilidade de escritura, isto é, explorando de maneira mais efetiva os diferentes naipes e timbres individualizados que compõe uma orquestra sinfônica.

O final da peça, apresenta um citação, na harpa, altamente dispensável e desnecessária do Noturno op.27 de Chopin, contradizendo todo o pensamento que por ventura o jovem compositor tentou passar até então na obra.

O concerto para piano e orquestra nº5, Egípcio de Saint-Saëns, que não é o mais belo nem o melhor dos concertos do mestre francês, foi tocado com uma finura sonora marcante, assim como apresentou um texto perfeitamente realizado pelo excelente pianista francês Pascal Rogé. A belíssima a leitura de Daphnis et Chloé, de Maurice Ravel, nos levou ao sonho.

A orquestra tem uma riqueza tímbrica fascinante, sendo o maestro dono de uma técnica de regência precisa e deslumbrante, com uma fantástica independência de mãos, assim como uma grande inteligência musical. Mechetti é sem dúvida o líder do conjunto, que é aliás altamente disciplinado, e passa um alto nível de coesão orquestral. O BRAVO da coluna ao maestro Fábio Mechetti, com os votos de vida longa ao maestro e sua orquestra.