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2018: o ano da virada

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“As palavras podem mentir, mas as atitudes sempre falam a verdade”. Por mais enfáticos e robustos que foram os discursos do governo de Michel Temer e suas milionárias propagandas institucionais, é evidente que ele colocou o Brasil de cabeça para baixo. Lembrando que, descaradamente, ele comprou parlamentares para alcançar seus objetivos.

Para uma pequena fatia da população e para a elite econômica, financeira e política do país, ele atuou de forma direcionada, dando todas as benesses que um governo sem responsabilidade social e vínculo algum com o desenvolvimento do país pode oferecer. Um governo de ricos para ricos.

A reforma trabalhista foi um tiro na dignidade das pessoas. Ela estrangulou os direitos sagrados da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e colocou os trabalhadores reféns do negociado acima do legislado. Em tempos de desemprego em alta, é obvio que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

O que dizer de um governo que, através da MP 795, está concedendo, em incentivos fiscais, R$ 1 trilhão em 22 anos para as empresas petroleiras estrangeiras? Conforme estudo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, o Brasil perderá 1 milhão de empregos da cadeia de produção de equipamentos de óleo e gás.

Ou ainda, o que dizer da Portaria 1.129, que alterou o conceito de trabalho escravo e a edição de medida, logo depois revogada por pressão da sociedade, que extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e Associados (RENCA)? Os programas sociais tiveram verbas reduzidas e os cortes no Bolsa Família foram vergonhosos. 

Conseguimos barrar a reforma da Previdência. Mas eles vão forçar a situação e tentar votar em fevereiro. Por isso, é de extrema importância a continuidade da mobilização social. A CPI da Previdência foi fundamental nessa resistência e no esclarecimento à população, pois mostrou que o sistema é superavitário e que a reforma é desnecessária.

Além da CPI, como ponto positivo, tivemos a instalação da Subcomissão do Estatuto do Trabalho. A ideia é a construção de uma nova carta social e trabalhista que coloque o Brasil em um novo patamar das relações laborais com direitos e benefícios equilibrados.

Buscamos, com o Estatuto do Trabalho, um diferencial que julgamos ser o mais importante na construção e na transformação de um país em uma nação, que é a congregação humanista, solidária e de responsabilidade sócio ambiental.

Dia desses, solicitei aos senadores, no Plenário do Senado, que citassem algum projeto do governo Temer que fosse bom para o povo brasileiro e para a soberania nacional. Não houve uma resposta sequer. Isso mesmo, estamos diante do pior governo que passou pelo Planalto. 

Creio que 2018 será o ano da virada. A resposta deve ser dada nas urnas. Temos a responsabilidade de elegermos um presidente da República, senadores e deputados federais, todos comprometidos com as causas da nossa gente e do nosso país, daqueles que adormecem junto às estrelas e acordam antes do sol dizer bom dia. 

A grande virtude do homem público é a fidelidade para com a sua história. Felizes aqueles que preservam seus ideais, sonhos e devaneios.   Pior do que falhar é permanecer acomodado em berço esplendido, de braços cruzados aprimorando a indiferença, a arrogância, a estupidez e a covardia.

Ulisses Guimarães dizia que “a coragem é a matéria-prima da civilização. Sem ela, o dever e as instituições perecem. Sem a coragem, as demais virtudes sucumbem na hora do perigo. Sem ela, não haveria a cruz, nem os evangelhos. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar”.

A coragem está dentro de cada um de nós. Com a coragem vem a decisão política para fazer as transformações. Às ruas, cidadãos!

* Senador (PT/RS)