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Tentando desatar um nó górdio

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Eu, como todo cidadão interessado nas causas públicas, fiquei alarmado com a diferença do valor das tarifas, a serem reajustadas, pelo transporte de ônibus, chegando a R$5,30, ou seja, quase dois dólares, para ser pago por quem ganha em reais igual ou pouco mais que o salário mínimo. Desde a última data de reajuste, começou uma “queda de braço” entre a Rio Ônibus, responsável pelo maior número de pessoas usuárias do transporte público, e a Secretaria Municipal de Transportes. Negaram ou protelaram o reajuste contratual, infringindo a lei, por conseguinte. Não é por ai. Assim não chegarão a nada útil, e a população será a vítima, como sempre.

Como sempre, procuro ser justo no que escrevo, colocando-me acima das amizades pessoais para poder fazer justiça ao interesse público. Procurei me informar o porquê do novo valor.

A minha curiosidade se baseia no que aprendi quando estagiário na Alemanha, em 1968, estudando o que me interessava, a fim de poder aplicar no “finado” Estado da Guanabara. Foi-me ensinado que “transporte público não deve ser administrado contando com tarifa que dê lucro, uma vez que o lucro verdadeiro será a produção de uma população bem transportada, em todos os aspectos que o usuário espera”. Isto é correto para um país onde nem se pensa em terceirizar o transporte público, exclusividade do governo, a sua operação e responsabilidade. Não é, evidentemente, o caso do Rio, onde ele é terceirizado para a iniciativa privada, constituída de empresários dignos e que, evidentemente, vivem do lucro.

Consegui da  Rio Ônibus o motivo do valor, recebendo a explicação de que ele, o reajuste, acontece todo dia 1º de janeiro, segundo o contrato existente com a Prefeitura, obedecendo ao resultado de uma fórmula matemática que estabelece os parâmetros para o cálculo, segundo os dados levantados pela Fundação Getúlio Vargas e o IBGE. É cálculo matemático, que considera os fatores de desgaste dos ônibus com o seu uso e que “como as cartas, não mentem jamais”. O resultado teria que ser alto em função do estado das vias de rolamento e do tempo excessivo das viagens, fruto da falta de mobilidade urbana.

E agora, como ficamos nós usuários e dependentes deste principal meio de transporte público? 

A prefeitura recorrer aos tribunais, é derrota certa. Só lhe resta subsidiar o custo, a fim de aliviar os usuários, como já de há muito faz a Prefeitura de São Paulo, ou ter a humildade de me ouvir, quando proponho a implantação do Sistema URV que resolve os dois motivos principais do desgaste dos ônibus, ou seja a falta da mobilidade urbana e ainda gerando a verba capaz de melhorar o estado das vias, atualmente sob um trabalho precário de  “tapa buraco”, criar mobilidade urbana e, principalmente de TORNAR O TRANSPORTE SOBRE PNEUS GRATUITO.

Como acredito ainda ter bom relacionamento com o competente Secretário Fernando MacDowell, esta semana irei tentar, dependendo da agenda do mesmo, uma entrevista,  a fim de que, com o respeito profissional que sempre tivemos um pelo outro, com “olho no olho”, possamos tratar do assunto do projeto de Utilização Racionada das Vias, URV, que depende da coragem política do sr Prefeito que parece-me tê-la e, logicamente, da aprovação técnica do titular da Secretaria de Transportes e sua equipe

Por causa de minha farta experiência no trato com as pessoas, estou ciente de que “às vezes, nada dói mais ou até ofende do que a verdade.”