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Disneyware: 50 anos sem Walt Disney

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UM CHUTE NOS DENTES

Há 50 anos morria Walt Disney, o “mestre dos contos de fadas contemporâneos”. Seu sucesso não veio fácil. Dou-lhes um exemplo. Ao lidar com uma situação complicada, muitos esperam que algo extraordinário aconteça, que tudo se resolva, como num passe de mágica ou por milagre. Tema aliás bastante explorado nas animações de Disney. Mas, não é bem assim que as coisas acontecem na chamada “vida real”. Walt Disney sabia disso e acreditava, piamente, que a adversidade poderia ser coisa boa. Ele mesmo sofreu diversos reveses em seu caminho até o sucesso e, olhando para trás, fazendo um balanço de sua trajetória, ele disse certa vez: “Todas as adversidades que tive em minha vida, todos os meus problemas e obstáculos, me fortaleceram. Você pode não perceber quando acontece, mas um chute nos dentes, às vezes, pode ser a melhor coisa do mundo para você.”

DE OSWALD A MICKEY

Walter Elias Disney (Walt Disney) nasceu em Illinois, Chicago, em 5 de dezembro de 1901. Seu inicio foi bem modesto: engraxate, jornaleiro, vendedor de balas. Ainda criança, disse ao pai que queria ser artista. Anos mais tarde, se lançou cartunista. Os esforços não surtiram o efeito desejado e antes dos 25 anos ele já estava falido. Corajoso, Walt não desistiu e seguiu para Hollywood com 40 dólares no bolso. O primeiro sucesso veio com o personagem Oswald, o “coelho esperto”. Sucesso efêmero, porque logo perderia, por falha de contrato, os direitos comerciais sobre o personagem. Walt aprendeu a lição e teve então a ideia de um novo processo de animação (que patenteou), criando logo em seguida Mickey Mouse, um personagem icônico, que transformou seu criador em uma lenda.

DISNEY NO BRASIL

Em 23 de agosto de 1941, aconteceu no cine Pathé Palace (Cinelândia, Rio de Janeiro) a primeira exibição de “Fantasia”, um dos clássicos de Disney, no Brasil. A renda integral foi destinada à Cidade das Meninas, instituição patrocinada por D. Darci Vargas, esposa do presidente Getúlio Vargas. Seria uma première como outra qualquer, não tivesse dela participado o próprio Walt Disney em pessoa. Walt Disney desembarcou no aeroporto Santos-Dumont, do Rio, às 16h do dia 17 de agosto de 1941. A viagem fazia parte de um projeto do então presidente Roosevelt de estreitar a relação entre os Estados Unidos e os países latino-americanos. Walt Disney desembarcou trazendo uma equipe de 16 pessoas incluindo desenhistas e animadores. Conheceram o Rio de Janeiro e a Bahia.

CRIOGENIA

Depois da morte de Walt Disney em dezembro de 1966, aos 65 anos, ao perder a batalha contra um câncer de pulmão, começaram a aparecer rumores de que ele teria decidido manter seu corpo congelado. A ciência da criogenia promete que corpos congelados possam ser reanimados no futuro. Os boatos de que o corpo de Walt Disney tinha sido congelado criogenicamente se transformou em lenda urbana. A realidade, entretanto, é que a família cremou o corpo de Disney, dois dias depois de sua morte, espalhando as cinzas no Forest Lawn Memorial Park, em Glendale, Califórnia.

*C.S. Soares é editor, CEO da Biblioteca Digital Cidade Livro (https://cidadelivro.com.br) e membro titular do grupo de trabalho do Plano Municipal do Livro, Leitura e Bibliotecas da Cidade do Rio de Janeiro (PMLLB Rio)