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Operação de remanejamento de linhas de ônibus no Rio terá sucesso

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Numa atitude corajosa e conseguindo o “de acordo” da Rio Ônibus, a Secretaria  Municipal de Transportes conseguiu remanejar linhas de ônibus, um verdadeiro tabu. Em fase inicial de funcionamento, é natural que haja falhas, face à mudança de hábitos dos usuários, sempre de difícil assimilação, exigindo um longo período de divulgação, antes de sua aplicação.

Parece-me que o período de divulgação deveria ter sido maior, e abrangendo o amplo esclarecimento aos motoristas, informantes naturais das alterações. Apesar das pequenas dificuldades que a grande mídia, ávida de criticar, apontou os senões, não apontando os êxitos, a operação vai bem e terá sucesso.

Eu, que por dever de oficio, devo semanalmente analisar o trânsito, desde 1968, aqui no JB, tenho a obrigação da imparcialidade e, devo adiantar que, em consulta aos taxistas, recebi deles a aprovação das modificações, face à retirada de algumas linhas de ônibus, sub utilizadas. Melhorou, em algumas vias, a fluidez.

As modificações ainda não terminaram, mas os resultados são auspiciosos.

Lamento apenas que a coragem cívica que levou, em benefício dos usuários das vias de rolamento, não os emocionou para a adoção da Utilização Racionada das Vias, o URV, em cumprimento ao raciocínio lógico de que se deve racionar o que não tem capacidade para atender ao uso total com os meios disponíveis.

Em 1969, ouvi, num congresso sobre mobilidade urbana, nos Estados Unidos, do Secretário de Transporte do Governo Nixon, a seguinte sábia observação: “O governo deve escolher em fazer obras ou tomar providências, que garantam um aumento de circulação de mais pessoas, e não apenas de mais veículos.” É exatamente o que o sistema URV propõe, eliminando o tráfego de carros conduzindo apenas o seu condutor, quando deveria transportar no sistema URV, até mais quatro proprietários de carros, em transporte solidário, o “car pool” economizando o espaço de pelo menos quatro carros. 

O dia em que se convencerem de que é possível reduzir o volume de carros nas horas de “rush”, em até 80%, aliado à redução de linhas de ônibus, deixaremos a humilhante posição da pior mobilidade urbana entre as megalópoles do Brasil.