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Um filho caríssimo para Bispo Coadjutor da Campanha

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O Papa Francisco nomeou, nesta quarta-feira, dia 20 de maio, Sua Excelência Reverendíssima DOM PEDRO CUNHA CRUZ, até o presente momento nosso Bispo Auxiliar desta Arquidiocese e Bispo Titular de Agbia, para Bispo Coadjutor da Diocese da Campanha, em Minas Gerais. Essa querida e amada Igreja Particular da Campanha que teve outro sacerdote incardinado na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Othon Motta como seu terceiro bispo diocesano (1960-1984).

1.     A Diocese da Campanha

A Diocese da Campanha foi criada pelo Decreto Pontifício Spirituali Fidelium, do Papa São Pio X, a 8 de setembro de 1907. O primeiro Administrador Apostólico foi Dom João Batista Corrêa Nery, Bispo de Pouso Alegre que a regeu de 1908 a 1909. Campanha já teve seis Bispos: o primeiro foi o próprio pároco da Paróquia de Santo Antônio: Dom João de Almeida Ferrão, que governou a Diocese de 27 de abril de 1909, tendo sido sagrado pelo primeiro Cardeal do Rio de Janeiro, a 12 de setembro de 1909, e governando a Diocese até a sua morte em 24 de dezembro de 1935. O segundo bispo foi Dom Frei Inocêncio Engelke, OFM, que governou a Diocese, como Bispo Diocesano de 24 de dezembro de 1935 a 16 de junho de 1960. O terceiro Bispo Diocesano foi o carioca Dom Othon Motta, do clero de nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Foi preconizado Bispo Diocesano em 16 de junho de 1960. Morreu com odores de santidade, muito estimado por todos os seus diocesanos, em 04 de janeiro de 1985. O quarto bispo foi o grande canonista e tradutor do Código de Direito Canônico, Dom Tarcísio Ariovaldo do Amaral, CSsR, que governou a Diocese de 14 de janeiro de 1984 a 15 de maio de 1991. O quinto bispo da Campanha foi Dom Aloísio Roque Oppermann, SCJ, que governou a Diocese de 15 de maio de 1991 até o dia 28 de fevereiro de 1996. O atual Bispo da Campanha é o português Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, OFM, que tomou posse da Diocese, como seu sexto bispo, em 02 de maio de 1998. Comemorará em 20 de novembro próximo 75 anos de idade.

Dom Tarcísio Ariovaldo do Amaral, quarto Bispo Diocesano, ressaltando a importância da Diocese da Campanha, no âmbito religioso e político, anotou: “Em 1907, quando Campanha tornou-se Diocese, Minas Gerais tinha como Sedes Diocesanas só Mariana, Diamantina, Pouso Alegre, Montes Claros e Uberaba. São posteriores a ela: Araçuaí (1913), Caratinga (1915) e Luz (1918). Belo Horizonte terá seu Bispado só em 1921, e Juiz de Fora, em 1924”.

A Diocese da Campanha teve três administradores Apostólicos: Dom João Batista Corrêa Nery, de maio de 1908 até setembro de 1909. Dom Antônio Affonso de Miranda, na qualidade de Bispo Coadjutor, de 1976 a 06 de agosto de 1981, quando foi preconizado Bispo de Taubaté, SP, e Dom José D’Ângelo Neto, Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre, que a regeu de 05 de junho de 1982 a 04 de junho de 1984. Na vacância da promoção de Dom Aloísio Roque Oppermann para Arcebispo de Uberaba, de 02 de maio de 1996 a 02 de maio de 1998 a Diocese teve como Administrador Diocesano o Padre Guilherme Porto, posteriormente eleito e empossado como Bispo de Sete Lagoas, MG, ofício que ocupa até os dias de hoje.

Dom Pedro será o quinto Bispo Coadjutor da Campanha! Dom Inocêncio Engelke foi bispo Coadjutor de Dom Ferrão de 22 de janeiro de 1925 a 24 de dezembro de 1935. Dom Othon Motta foi Bispo Coadjutor de Dom Inocêncio de 30 de maio de 1959 até 16 de junho de 1960. Dom Antônio Affonso de Miranda, SDN foi Bispo Coadjutor de Dom Othon de 06 de outubro de 1976 até 06 de agosto de 1981. Dom Aloísio Roque Oppermann, SCJ, foi Bispo Coadjutor de Dom Tarcísio de 28 de dezembro de 1988 até o dia 15 de maio de 1991.

A Diocese, portanto, já teve, portanto, dois bispos provindos do clero diocesano: Dom Ferrão e Dom Othon e quatro religiosos como seu pastor próprio: Dom Inocêncio, Dom Tarcísio, Dom Aloísio Roque e Dom Diamantino. Dom Pedro, portanto, será o terceiro bispo do clero secular, sendo o segundo a ser retirado do clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

O Território da Diocese compreende 15.420 Km2, com uma População (censo 2010) de 780.574 habitantes de uma profunda prática católica. As Paróquias são 68, distribuídas em 49 municípios. As regiões pastorais, que são uma espécie de pró-Paróquia, são duas. Os Seminários são três. A Diocese é dividida pastoral e administrativa em 05 Foranias.

O número de Sacerdotes Seculares/Diocesanos é de 100 padres. Sacerdote Residente, não incardinados: 02; Sacerdote da Arquidiocese Militar: 01 e Número de Sacerdotes Regulares/Religiosos: 18, perfazendo um total de:  121 Sacerdotes. O Número de Casas Religiosas é de 26, sendo uma presença significativa na vida diocesana.

Os seminaristas são 37, assim distribuídos: no Seminário Propedêutico, com sede na cidade da Campanha, são 7 propedeutas. No centenário Seminário de Nossa Senhora das Dores, onde se cursa Filosofia, na cidade episcopal da Campanha 19 seminaristas e na COTESC – Comunidade Teológica Senhora do Carmo, em Pouso Alegre, no estudo da Teologia são 11 seminaristas.

O padroeiro da Diocese é Nossa Senhora do Carmo. A sua histórica Catedral é dedicada a Santo Antônio. A Diocese tem uma Beata: Nhá Chica. Dois processos de beatificação estão em andamento: o do Servo de Deus Padre Victor, sacerdote negro, muito virtuoso que se santificou e ao povo de Deus na cidade de Três Pontas, MG, aonde foi pároco por mais de 50 anos, e a Serva de Deus, Madre Teresa Margarida, carinhosamente conhecida como Nossa Mãe, fundadora do Carmelo São José, em Três Pontas.

A cidade da Campanha é antiguíssima: remonta ao ano de 1741  quando “Santo Antônio do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde” inicia a construção de sua imponente Catedral dedicada a Santo Antônio, que na quaresma deste ano foi amplamente inaugurada, depois de diligente reforma a encargo de Dom Diamantino Prata de Carvalho, foi entregue aos seus diocesanos.

2.     O novo bispo coadjutor:

Dom Pedro Cunha Cruz é filho do Senhor Leopoldo Cruz e Dona Juracy Cunha Cruz, tendo nascido em 16/06/1964, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. A sua formação escolar foi na Escola Paraíba e Escola Cyro Monteiro (8 anos – Conclusão: 1979) e no Instituto Pe. Leonardo Carrescia, no Rio Comprido (3 anos – Conclusão: 1983) A sua formação Acadêmica: cursou Filosofia – Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II e Teologia – Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Possui o Bacharelado em Filosofia e Teologia; Mestrado em Filosofia na Pontificia Università Santa Croce (1993-1995); Mestrado em Teologia Fundamental na Pontifícia Università Gregoriana (Roma) (1994-1996) e Doutorado em Filosofia pela Pontificia Università Santa Croce (1997).

A sua Ordenação Diaconal foi celebrada no dia 16/04/1989 por Dom Karl Josef Romer, então Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro. A sua Ordenação Presbiteral foi celebrada no dia 04/08/1990 por Dom Eugenio de Araujo Sales.

Como sacerdote, em nossa Arquidiocese, exerceu os seguintes ofícios: Vigário Paroquial na Paróquia Cristo Operário e Santo Cura d’Ars, em Vila Kenedy (nomeado em 1990); Repetidor de Filosofia do Seminário Arquidiocesano de São José (nomeado em 1991); Pároco “Dominical” da Paróquia São Francisco de Assis, em Senador Camará (nomeado em 1991); Diretor do Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (nomeado em 1998); Pároco da Paróquia Santa Teresa de Jesus, em Santa Teresa (nomeado em 1998); Pároco da Paróquia Santa Rita, no Centro (nomeado em 2003) e Diretor da Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II (nomeado em 2006).

A sua eleição Episcopal foi em 24/11/2010, para Bispo Titular de Agbia e Auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro e a sua Ordenação Episcopal: 05/02/2011, quando o sagramos para nosso diletíssimo colaborador.

Como nosso eficiente bispo auxiliar exerceu até agora os seguintes ofícios: Vigário Geral da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (nomeado em 2011); Bispo Animador dos Vicariatos Episcopais Oeste e Urbano, da Iniciação Cristã e Catequese, das Pastorais Sociais, das Pastorais de Liturgia, Música Sacra e Arte Sacra;  acompanha a Escola de Fé e Política, o Curso de Doutrina Social da Igreja, a Pastoral Vocacional (GVA) e o Seminário Arquidiocesano de São José; Professor da PUC-Rio e do Seminário Arquidiocesano de São José;  Bispo Referencial da Pastoral Carcerária no Regional Leste 1 da CNBB; Membro do Conselho Permanente da CNBB e Membro da Comissão Episcopal Especial do Colégio Pio Brasileiro e da Comissão do CERIS.

Agradeço vivamente a presença bonita de Dom Pedro, que durante toda a sua vida foi padre e bispo em nossa Arquidiocese. A sua presença marcante no Seminário, as suas intervenções teológicas e pastorais argutas e a sua amizade para com o seu Arcebispo e com seus irmãos bispos auxiliares são marcas que ficarão inscritas com letras de ouro no livro da vida de nossa Igreja do Rio de Janeiro. Aqui ele tem as suas origens e esta será sempre a sua casa.

3.     O que se espera de sua nova missão?

Inspira-me neste momento a figura do Bispo Santo Afonso Maria de Ligório. No tomo: “Reflexões úteis aos Bispos”, de Santo Afonso Maria de Ligório, na apresentação da nova edição diz: “Nós, bispos da região da Campanha (Itália), que tivemos Afonso como predecessor e modelo desta nobilíssima região, ao recordá-lo, dirigimo-vos a sua e a nossa mensagem de que estimulem as nossas igrejas”.

Quero, estimado Dom Pedro, consagrar a sua nova missão na imensa Diocese da Campanha a Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja e santo fundador.

Inspirado em Santo Afonso recomendo-lhe fraternalmente duas atenções especiais:

A primeira: ame, profundamente, com amor de pai os seus Sacerdotes. O próprio Santo Afonso nos ensina: “Os bons sacerdotes são os braços do bispo, sem os quais nunca poderá manter bem atendida sua Igreja. É muito importante que ele procure demonstrar toda a benevolência pelos sacerdotes bons...”. “Se o bispo deve animar os bons, deve também, da mesma forma, demonstrar aos sacerdotes negligentes sua pouca satisfação, a fim de emendá-los”.

A segunda, intimamente ligada a primeira: ame os seus diocesanos. A você, querido Dom Pedro, posso dizer como São Paulo: “é um bispo irrepreensível” (1Tm 3,2). A sua conduta será um refrigério para os seus diocesanos. Santifica-os pela sua oração diária, pela celebração da Santíssima Eucaristia, pelo oferecimento da missa pro populo, pelo seu bom exemplo, pela sua residência sempre aberta aos mais pobres, pelas suas visitas pastorais e pela administração dos sacramentos, pela continuidade das missões populares que se realiza na Diocese da Campanha, e seja aquele bispo, como foi para nós, sempre disponível, afável e santo. Tudo isso será um bálsamo para o povo santo da Diocese da Campanha.

4.     Dom Diamantino.

Minha saudação final será ao querido irmão e amigo Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho. A Arquidiocese do Rio de Janeiro está lhe dando uma pedra preciosíssima. Introduza seu Coadjutor para que ele seja a sua companhia fiel nestes seus dias, que longe de serem os últimos, é a realidade canônica que se apresenta a todos para que chegado o tempo marcado, possamos ter a possibilidade de continuar a missão sem a responsabilidade da administração de uma diocese. O Bispo, seja ele o Diocesano ou o Coadjutor, é aquele que transmite e a fé, governa o povo de Deus e santifica, com o seu exemplo o povo de Deus.

5.     Gratidão a Dom Pedro.

Elevo a Deus ações de graças pelo ministério de padre e de bispo do novo Bispo Coadjutor de Campanha. Deus seja louvado pela sua dedicação a Igreja do Rio de Janeiro. Como posso resumir o ministério de Dom Pedro como meu Bispo Auxiliar? Ele foi um homem de profunda vida interior, humilde, puro de intenção, contemplativo, responsável e generoso para com todos os ministérios que lhe confiamos. Ele está pronto para ser um grande Bispo na Campanha. Feliz esta Igreja centenária de receber esta pedra forte, este homem santo, que confirmará os irmãos na fé católica. Seja feliz em Campanha e seja para o seu clero e seus diocesanos SERVUS JESU CHISTI, Servo de Jesus Cristo, como nos recorda seu Brasão Episcopal. Alegro-me de tê-lo ordenado Bispo, muito aprendi de sua dedicação como fiel colaborador, e agora, filho caríssimo, o envio como um grande presente para a Igreja centenária da Campanha. O Rio de Janeiro continuará sendo a sua casa. Obrigado pelo seu testemunho e pela sua santidade.


CARTA A DOM PEDRO PELA SUA NOMEAÇÃO:

São Sebastião do Rio de Janeiro, 20 de maio de 2015.

Meu caro irmão D. Pedro Cunha,

No dia em que a Nunciatura Apostólica no Brasil faz conhecer que Vossa Excelência é nomeado, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, para Bispo Coadjutor da Campanha, no Sul de Minas Gerais, quero unir-me ao meu caríssimo bispo auxiliar, que tive a graça de sagrá-lo e de conviver nestes anos, e manifestar a minha ação de graças pela sua dedicação ao serviço episcopal no âmbito de nossa Arquidiocese, particularmente, pela sua dedicação incansável ao nosso Seminário Arquidiocesano de São José, que tantos frutos e imensas consolações tem trazido ao meu coração de Arcebispo do Rio de Janeiro. Obrigado de coração pelo seu excelente trabalho junto as Vocações e ao nosso Seminário. Só Deus para pagar em dobro a sua dedicação.

Conheço um pouco a região de sua nova Diocese: não só porque fui Administrador Apostólico de Claraval, na mesma Província Eclesiástica de Pouso Alegre, mas também porque já tive a graça de conhecer algumas cidades e paróquias daquela região abençoada. Estou imensamente feliz em poder enviar, como grande presente da Igreja do Rio de Janeiro, mais um bispo para ser o pastor próprio daquela Igreja. Nos últimos anos da década de 50 do século passado o Rio de Janeiro presenteava a Diocese da Campanha com Dom Othon Motta, que lá foi bispo virtuoso por mais de vinte anos, tendo morrido com “odores de santidade”. Agora é a sua vez de seguir os mesmos caminhos de Dom Othon.

Quero lembra-lo, Excelência, que cada comunidade cristã sabe que está chamada a abrir-se a luz do Evangelho de Nosso Senhor. A Diocese deve “sair do seu recinto”, firme na fé, amparada pela oração e encorajada pelos próprios pastores, a fim de viver e de anunciar a Cristo, Salvador de cada homem e de cada mulher. Por isso, como Bispo Coadjutor da Campanha, caberá a Vossa Excelência encorajar a sua Igreja a alargar a sua presença além do perímetro litúrgico, levando a sociedade o vigoroso espírito do Evangelho. A sua formação acadêmica apurada, seus trabalhos no âmbito político-social e a sua perspicácia pastoral o ajudará muito nesta missão sublime.

Lembro-lhe, caro irmão, as palavras de São João Paulo II: “o Bispo é pai: sabe que qualquer dom perfeito vem de Deus”. Por isso me lembro da bondade do povo sul mineiro, que o irá receber certamente com tanta generosidade e compartilhará com o seu ministério as suas alegrias e as suas tristezas. O seu novo ministério será de serviço ao povo de Deus a e sociedade.

Posso dar testemunho que o seu exemplo é uma escola aos seus futuros fiéis. O povo de Deus juntamente com o seus sacerdotes, os religiosos, vão constituir um apostolado que forme centros de encontro com o Senhor, que nos ensina a amar e abre nossos olhos à dignidade de cada pessoa, especialmente os mais pobres, aqueles que moram nas periferias da imensa Diocese da Campanha, desde os contrafortes da Mantiqueira até as águas azuis do Lago de Furnas. Tenha dedicação aos idosos, às pessoas esquecidas pela sociedade e pelos governos que vivem no meio de nós. Tudo isso será fácil porque cabe ao bispo experimentar a compaixão de Jesus, aquela compaixão que nos torna testemunhas convictas da salvação, do amor e da misericórdia, que é caridade (Rm 12, 9-10).

Um pensamento pessoal, querido Dom Pedro, quero dirigir aos jovens da Diocese da Campanha: que pelo seu exemplo e pela sua jovialidade, pelo seu sorriso, estes jovens possam progredir na herança recebida de seus antepassados. Com bispo Vossa Excelência cuidará dos jovens, ouvirá os seus desafios, “dado que anunciamos a Cristo, e não a nós mesmos, somos chamados a ser um exemplo para o povo de Deus”(cf. 1 Pd 5,3). A sua proximidade com os jovens o ajudará a compreender as dificuldades que eles e as suas famílias experimentam na vida cotidiana, quer no manejo rural do café, do milho, da soja ou do gado, quer nos trabalhos da indústria, tão pujante na cidade de Varginha e Três Corações; e do agronegócio, particularmente com a qualificada produção de café e a exitosa experiência do cooperativismo agropecuário em Três Pontas e Boa Esperança, presente nestas quatro maiores cidades da extensa nova Diocese.

Tenho certeza que a sua missão será permeada pelo Evangelho. Este Evangelho que alimenta a grande família católica desta Igreja. Espero que Vossa Excelência, no início como Bispo Coadjutor de nosso venerável irmão Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, continue dando testemunho desta unidade episcopal, tão bonita e tão satisfatoriamente vivida entre nós aqui no Rio de Janeiro, seja como uma luz para a Diocese da Campanha. Ficaremos alegres em testemunhar a unidade do Bispo Diocesano e do seu Coadjutor em favor da edificação da sociedade do amor.

Dom Pedro: São João Paulo II disse que o Brasil precisava de santos. É precisamente na sua nova Diocese que a santidade é vivida de forma heroica pelos leigos e pelos clérigos e consagrados. A Diocese já viu elevada à glória dos altares a Beata Nhá Chica, leiga consagrada, que do alto do Morro da Conceição, em Baependi santificou com conselhos preciosos a gente simples do povo de Deus e até autoridades civis, militares e eclesiásticas. O testemunho de Nhá Chica é um tesouro que caberá a Vossa Excelência tornar mais conhecido de toda a Igreja no Brasil. A sua nova Diocese teve um sacerdote santo: Cônego Francisco de Paula Victor, carinhosamente conhecido de Padre Victor, santificou a cidade de Três Pontas, por mais de cinquenta anos. Todo dia 22 de setembro é a sua festa, com caminhadas entre as cidades vizinhas até a cidade de Três Pontas. Estamos aguardando para breve a sua beatificação. Na mesma cidade de Três Pontas santificou a sua vida na consagração carmelitana, Madre Teresa Margarida, conhecida carinhosamente como Nossa Mãe. Muitos são os testemunhos de graças de sua vida santa. As três dimensões da vida diocesana: leigos, sacerdotes e religiosos demonstraram virtudes heroicas para serem seguidas na sua nova Igreja Particular. O seu exemplo e a sua conduta irrepreensível ajudará muito o crescimento espiritual deste Bispado.

Desejo que a sua missão em favor do reverendo clero, dos religiosos e do povo santo de Deus seja de profunda consumação de sua vida e dos seus dotes espirituais e intelectuais em favor daquele amado povo.

Sou-lhe agradecido, em meu nome e dos demais Bispos Auxiliares, do clero e do povo do Rio de Janeiro, pela sua presença bonita em nosso meio. O Rio de Janeiro continuará sendo sempre a sua casa e a sua Arquidiocese. Seja feliz em Campanha e reze por nossa Igreja.

De Vossa Excelência Reverendíssima,

Dev.mo. no Senhor,

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.

CARTA A DOM DIAMANTINO: 

São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ, 20 de maio de 2015. 

Exmo. e Revmo. Senhor

Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, OFM.

DD. Bispo Diocesano da Campanha

Excelência Reverendíssima,

Ao se tornar pública no dia de hoje a nomeação de S.E.R. Dom Pedro Cunha Cruz, para ser seu Bispo Coadjutor, na Sé Episcopal da Campanha, quero apresentar-lhe meus vivos cumprimentos e entregar-lhe, como seu primeiro colaborador, este grande Bispo, que como meu bispo auxiliar, desde o momento em que tive a graça de ordená-lo bispo, somente me trouxe alegrias espirituais e demonstrou ser um pastor zeloso, cumpridor de seus deveres episcopais, apascentando o povo de Deus com prudência e generosidade.

Dom Pedro Cunha será, certamente, aquele que, junto com Vossa Excelência Reverendíssima, servidor do Evangelho, precisamente como Cristo, que veio para servir e não para ser servido(cf. Mt 20,28).

Recordando os nossos tempos de feliz convivência no Regional Leste 2, quando eu era Administrador Apostólico de Claraval e Vossa Excelência Reverendíssima já o Bispo da Campanha, sempre admirei a sua alegria no exercício do ministério episcopal. O seu brasão: “Servir com alegria” sempre foi vivenciado na sua vida diária, como Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, as chama pelo nome e as confirma na caridade.

A nossa vida, o nosso ministério de pastor próprio de uma Igreja Particular, é feita de serviço, oferecido livremente por cada alma confiada aos nossos cuidados, sem qualquer exceção. Foi o que pude constatar no vosso serviço generoso e altruísta em favor do povo de Deus que peregrina nas terras centenárias da Diocese da Campanha, desde que V. Excia. assumiu o ofício de Bispo Diocesano. O seu ministério tem sido uma expressão especial do anúncio de Jesus Cristo e na oferta de sua própria vida, que renova a cada dia. Ensina o Papa Francisco que “Anunciar Cristo significa mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também, belo, capaz de cumular a vida de um novo esplendor e de uma alegria profunda, mesmo no meio das provações”(Evangeliigaudium, 167).

Excelência, ganha a importante Diocese da Campanha, um dos melhores bispos que a Igreja do Rio de Janeiro gerou para o ministério presbiteral e foi escolhido para o serviço episcopal. Acolha Dom Pedro Cunha como aquele que “chega em nome do Senhor”.

Desejo-lhe, e a toda a sua Diocese, ao reverendo clero, aos religiosos e os de especial consagração, ao povo fiel desta querida Diocese sul-mineira as melhores e mais especiais bênçãos do céu, sob a invocação da Beata Nhá Chica e dos Servos de Deus Padre Victor e Madre Teresa Margarida, “nossa Mãe”. A Vossa Excelência e ao seu novo bispo Coadjutor a minha perene admiração e as minhas preces para que a sua convivência harmoniosa seja para a salvação das almas, “dado que anunciamos Cristo, e não a nós mesmos, somos chamados a ser um exemplo para o povo de Deus”(cf. 1Pd 5,3).

De Vossa Excelência Reverendíssima,

Dev.mo. no SenhoR,

Orani João, Cardeal Tempesta,O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.


*Cardeal Orani Tempesta, Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro.