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Eleições e especulação - O golpe sujo do “mercado”

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Terminada a eleição presidencial, o primeiro balanço que podemos fazer é que a democracia brasileira sai vencedora e talvez mais fortalecida. 

Muitas ações e movimentos de setores econômicos travaram uma verdadeira batalha campal por domínio de suas posições e interesses. 

Pela primeira vez na história da República pós-democratização tivemos a externalização de discursos e a vocalização de sentimentos de desconstrução, preconceito e secessão, além da apropriação de tais proposições, como bandeira ou estandarte de um segmento de grupos da sociedade professando em especial um brado de intolerância contra uma parcela da população e de segmentos regionais. 

A lição inicial do processo revela-nos um sinal, ao qual devemos atentar e, especialmente, ter a preocupação com o chamado “caráter do brasileiro” e ainda com o fomento aos discursos segregacionistas e à composição de uma agenda de proposições destrutivas ao próprio estágio de crescimento e de evolução da democracia brasileira. 

São as armadilhas do “mercado”. 

Dentro do sistema capitalista, os mercados financeiro e de capitais funcionam como uma verdadeira deidade - Um ser supremo e rigoroso que, saciando ganâncias, age na defesa da recomposição de valores ajustados à visão dos agentes mais competitivos ou dos espíritos selvagens. 

Como de praxe, as tentativas de manipulação e de formação de situações favoráveis aos ganhos fáceis por agentes dotados de capacidade de intervenção na constituição de expectativas se fizeram presentes nos últimos dias da campanha para as eleições presidenciais. 

As ações de emissão da Petrobras foram o alvo escolhido. Os instrumentos conhecidos e eficientes foram a propagação de notícias falsas e a criação de um viés pró-sucesso de um candidato. 

No bojo da aventura, “agentes privilegiados” atuaram na oferta e na provisão de cenários favoráveis à consagração do movimento dos seus interesses ideológicos. A construção de um perfil pró-mercado e de uma suposta racionalidade econômica justificariam a “moral” da ação. 

E, de fato, posições compradoras e mecanismos de alavancagens foram utilizados. Algumas instituições financeiras “aliadas ao bom combate” distribuíram pesquisas de intenções de votos favoráveis apontando farta vantagem de seu combatente e, ao mesmo tempo, cenários apocalípticos foram associados à hipótese de manutenção do atual governo.  

A confiança no sucesso de seu plano de mudança com ganhos substanciosos criou certa cegueira temporária e o ideológico misturou-se com a ganância, sendo que as paixões foram avassaladoras ao ponto de travarem os mecanismos de análise de risco e retorno. 

Três importantes instituições dos mercados financeiro e bancário patrocinaram a festa e, por conseguinte, ao término de sua batalha, foram severamente castigadas por expressivas e vultosas perdas. 

O mercado funcionou na direção e complemento à vontade popular e ao pleno exercício da soberania do sufrágio universal.  

Quem conta um conto aumento um tanto. 

Contudo, no caso presente, subtraímos um pouco com a intenção de fornecer pista para que determinados procedimentos sejam passíveis de apuração e investigação pelos agentes de fiscalização competentes, assegurando-lhes o princípio do contraditório e da ampla defesa. 

A prova, como sempre, está nas digitais e no perfil. 

São reincidentes! Atenção, agentes, reguladores e fiscalizadores. 

Vejam os balanços de dezembro futuro e o mapa de operações com as ações de emissão da Petrobras ao longo dos últimos 30 dias. 

Basta isto!

* Investidor e Analista de Investimentos