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Dilma pode fazer mais que Lula pelo meio ambiente

Pará lidera a lista dos que mais desmataram. Por isso não surpreendem os comentários no WikiLeaks

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O governo Lula deixa para a presidente Dilma Rousseff uma boa oportunidade de brilhar num setor nevrálgico para o país e para nossa imagem no exterior: o controle ambiental na Amazônia. Não que Lula não gostasse do país ou desprezasse os holofotes internacionais – muito antes pelo contrário. A questão é que o desmatamento da floresta nunca preocupou muito o presidente, que sempre demonstrou, no mínimo, dúvida de que preservar a floresta fosse tão radicalmente importante.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou os últimos índices, de setembro e outubro, que dão conta de 836,7 km² de desmatamento na Amazônia Legal. A área equivale a cerca de 523 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ou a 21 vezes o Parque Nacional da Tijuca, no Rio.

Se comparado ao mesmo período do ano passado, quando o sistema apontou 575,5 km² de devastação, o desmatamento no local teve um crescimento de nada menos que 45,4%. O Inpe aponta também que o atual desmatamento é maior do quo o registrado em agosto (de 265,1 km²).

A lista do desmatamento por estados também dará uma bela ajuda a Dilma sobre o foco das ações nesse setor. O estado que apresentou maior área desmatada foi no Pará, com 334,2 km². Não é à toa que nos relatórios vazados pelo WikiLeaks o estado é devido de certa maneira como um “faroeste”, um terra onde a lei que vigora é a do mais forte. Como sempre há em exagero em comentário pouco embasados. Mas é fato que o governo federal precisa dar muito mais atenção e energia do que tem dado aos problemas paraenses, que não sou poucos e não se resumem à questão ambiental.

Rondônia, que também precisa ser mais bem vigiado pela polícia florestas, aparece como o segundo estado mais desmatado, com 154,4 km², seguido por Mato Grosso (130,6 km²), Amazonas (119,8 km²), Maranhão (44,1 km²), Acre (41,1 km²), Roraima (5,6 km²), Tocantins (5,3 km²) e Amapá (0,5 km²).

Na transição pouco ou nada foi tratado pela equipe de Dilma sobre o tema. Espera-se que isso não signifique que o pouco caso federal vai continuar.