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Um novo conceito de polo exportador

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A Zona de Processamento de Exportações (ZPE) do Acre, instituída por recente decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será uma das primeiras a entrar em operação – se depender do entusiasmo dos setores privado e público –, estabelecendo no Brasil um dos modelos mais utilizados no mundo para o fomento do comércio exterior. A previsão é que, em dezembro próximo, as empresas previamente cadastradas já possam iniciar suas atividades, pois estará concluída toda a infraestrutura, incluindo o posto alfandegário.

 

A ZPE acreana antecipa-se, assim, às outras 21 anteriormente criadas, mas que ainda se encontram em processo de implantação. Esses polos alinham o país às nações que já utilizam, com sucesso, mecanismos semelhantes para atrair investimentos estrangeiros voltados para as exportações, colocar as empresas nacionais em igualdade de condições com suas concorrentes estrangeiras, reduzir desequilíbrios regionais e aumentar o valor agregado das vendas externas.

 

A agilidade na instalação da ZPE deve-se à mobilização e às ações conjuntas do poder público local e da iniciativa privada, em especial o setor manufatureiro, por intermédio da Federação das Indústrias do Estado do Acre. 

Lei estadual, sancionada pelo governador Binho Marques, em seminário na sede da entidade, criou uma empresa de economia mista dedicada especialmente à gestão do novo polo. Como resultado de todo esse empenho, a ZPE entrará em operação rapidamente. Estima-se que, em menos de dois anos, 14 empreendimentos estejam instalados no local, com a criação de 6 mil empregos e um fluxo consistente de exportações, em especial para a América do Sul, a Ásia e a Costa Oeste dos Estados Unidos.

 

O acesso a esses mercados será facilitado pela localização estratégica do Acre, que estará ligado aos portos do Sul do Pacífico, no Peru, a partir da inauguração da Rodovia Transoceânica, prevista para dezembro próximo. Teremos, portanto, um custo de transporte e frete bem mais competitivo em relação aos portos de outras regiões de nosso país. Localizada na BR 317, trecho brasileiro do novo caminho para o Pacífico, a ZPE acreana será importante não apenas para o estado mas também para os vizinhos e todo o Brasil, constituindo-se no epicentro de um novo corredor de exportações.

 

Recursos para concretizar esse projeto não faltarão, pois, no seminário que realizamos, representantes de instituições financeiras disponibilizaram as linhas de crédito necessárias. O Banco da Amazônia tem R$ 275 milhões para aplicação no Acre. O Banco do Brasil apresentou suas fontes de financiamento para infraestrutura pública de logística, e a Caixa Econômica Federal já tem autorização do Banco Central para trabalhar com a troca de moedas nas agências de fronteira, auxiliando o processo de exportação. Anteriormente, o BNDES já havia financiado R$ 5,8 milhões para a construção do Porto Seco, projeto de transportes intermodal integrado à ZPE.

 

O setor produtivo acreano empenhou-se muito no sentido de contribuir para a instalação da ZPE, pois essa iniciativa amplia as perspectivas de desenvolvimento do estado. É uma porta para o mundo aberta a toda empresa interessada em conquistar ou ampliar sua ação no comércio internacional. Trata-se, ainda, de oportunidade significativa para os pequenos e médios empreendedores, que terão nas exportações uma nova, segura e rentável alternativa para expandir seus negócios e gerar emprego e renda!

 

* presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre