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A Palestina é aqui

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Para que serve o programa nacional gratuito de propaganda política na TV? Sempre imaginei que seria para que os candidatos estimulassem seus eleitores, na pior das hipóteses, através de promessas que emocionassem o dono do voto para que ele saísse de casa no dia D com a convicção de exercer seu direito de cidadão, sonhando que, no dia seguinte ao da posse de seus candidatos, sua vida, no seu país, poderia melhorar de padrão.

O meu dinheiro, aquele que pago de impostos, o seu dinheiro, o nosso patrimônio está sendo usado por certas figuras, quando se utilizam do programa eleitoral gratuito na condição de candidatos para estimularem os eleitores do Knesset (Parlamento de Israel) ou os seus adversários atuais e, possivelmente, futuros amigos, seja do Fatah ou do Hamas, a acreditarem que as eleições brasileiras têm a força de varrerem do mapa o Estado de Israel e oferecerem aos palestinos um Estado independente.

Cobras e lagartos têm sido cuspidos contra o Estado judeu que está estabelecido no Oriente Médio, como se estas eleições brasileiras oferecessem um passaporte para que certos bobocas fossem legislar ou agir do outro lado do mundo com os votos que vão arrancar da população brasileira incauta, a quem estão se dirigindo. O tal candidato quer ser presidente da República. Onde? Aqui mesmo, no Brasil.

É mais do que hora de a Justiça Eleitoral brasileira, independentemente da liberdade de expressão, firmar jurisprudência no sentido da cassação do tempo do candidato que fizesse uso do mesmo para desviar as questões do debate, passando ao largo dos problemas nacionais, para se fixar em assuntos que absolutamente nada têm a ver com o destino do Brasil, e muito menos com a vida dos brasileiros. Como judeu, me incomodei, como brasileiro me senti roubado, e como ser humano me sinto enganado por um grupo de palhaços que se utilizam do horário que o governo brasileiro lhes dá para enganarem o povo que viabiliza sua fala, com o suor de seu trabalho diário.

Dizem que o Estado de Israel tem representação diplomática honorária no Rio de Janeiro. Um dia, um dos mais lidos colunistas de O Globo publicou que todos esses consulados honorários estabelecidos por aí são de mentirinha. Está na hora de o atual representante (de mentirinha?) se mexer. Buscar a Justiça Eleitoral na qualidade de cidadão brasileiro representante de um país estrangeiro atacado na TV brasileira por um candidato à Presidência do Brasil, fazendo valer seus direitos e trabalhar no sentido de tirar do ar o que vem se transformando no maior absurdo político eleitoral dos últimos 50 anos no Brasil.

Escrever e falar ajuda, mas o que resolve mesmo são ações e, por estas, os amantes de Israel estão esperando ansiosos. O abuso do horário eleitoral nacional gratuito por alguns, quando atacam sem dó nem piedade um Estado estrangeiro que tem relações excelentes com o Brasil, não pode prosperar.

* Diretor-Geral da revista ‘Menorah’