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Pag. 25 - Para frear o Alzheimer

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Ressonância revela mudanças no cérebro que podem antecipar o tratamento da doença S egundo um novo estudo americano, as pessoas com alto risco de Alzheimer desenvolvem uma função cerebral anormal antes mesmo do surgimento das características da doença. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington sugerem que uma variante genética, chamada apoE4, afeta a função cerebral antes de o cérebro começar a acumular amiloide – proteína que se deposita em vários outros órgãos do corpo, prejudicando sua funcionalidade, e que, mais tarde, levará à demência.

– Observamos um grupo de estruturas no cérebro – comentou Yvette Sheline, principal responsável pelo estudo. – Em particular, estamos interessados em uma parte do cérebro conhecida como lóbulo quadrado, que pode ser importante no mal de Alzheimer e no pré-Alzheimer, porque é uma das primeiras regiões a desenvolver depósitos de amiloide.

A equipe de pesquisa realizou ressonância magnética em cem pessoas, a maioria na faixa dos 60 anos. Menos da metade delas carregava a variante apoE4, que é um fator genético de risco para o mal de Alzheimer com início tardio.

O objetivo é identificar aqueles com os riscos mais altos de Alzheimer e desenvolver tratamentos que interfiram no avanço da doença, impedindo que ela chegue ao estágio em que o número de amiloides começa a aumentar e a causar demência.

– A atual ideia é que quando o número de amiloides começa a aumentar no cérebro, leva dez anos para uma pessoa desenvolver demência – explicou Yvette. – Mas este novo estudo sugere que podemos ser capazes de intervir até mesmo antes de as placas amiloides começarem a se formar. Isso pode nos fornecer uma saída ainda mais rápida para agir, já que um tratamento eficaz pode ser desenvolvido.

Tradução: Maíra Mello ESTUDO – Foi identificada proteína que, acumulada, prejudica funcionalidade dos neurônios.