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Dr. Bumbum pode ser acusado de vários crimes

Especialistas analisam o caso; médico foi preso nesta quinta-feira, com a mãe

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Especialistas em direito acreditam que Denis Cesar Barros Furtado, o Doutor Bumbum, que realizou a aplicação de silicone nas nádegas da bancária Lilian Quezia Calixto de Lima, morta no domingo após complicações decorrentes do procedimento estético feito na cobertura do médico num prédio na Barra da Tijuca, pode ser enquadrado em vários crimes. Ele e a mãe, Maria de Fátima Furtado, foram presos, ontem, no escritório do advogado, Marcus Braga, num centro empresarial no bairro.

O advogado Adib Abdouni diz que  “a autopromoção do profissional mediante divulgação de ser um especialista, sem que o profissional tenha realizado residência ou pós-graduação que lhe confira o respectivo título” pode configurar crime de estelionato. O advogado Conrado Gontijo, professor de pós-graduação do curso de Direito Penal do IDP-SP, considera que o caso pode ser tratado como “possível delito de homicídio doloso, que ocorre quando o agente atua de forma imprudente ou imperita”.  Para João Paulo Martinelli, criminalista e professor do mesmo curso, “se o médico tinha conhecimento do alto risco para a vida da paciente (...) e mesmo assim prosseguiu no procedimento irregular, pode haver a imputação de homicídio por dolo eventual”. 

Na delegacia, o médico declarou que o procedimento foi feito de maneira correta: “Foram requisitados todos os exames compatíveis ao risco cirúrgico. O procedimento foi correto, foi lícito. O que a paciente usou de medicamentos lá no [hospital] Barra D’Or, eu não tenho ciência. Eu tenho certeza de que a minha atuação como médico foi correta”. Segundo ele, após a aplicação, Lilian estava lúcida e andando, e sustentou que seu ambiente de trabalho, a cobertura onde morava e foi feito o procedimento, tinha condições adequadas para cirurgia, chamada de bioplastia. “A justiça será feita”, afirmou. 

A delegada Adriana Belém disse que ele e a mãe seriam ouvidos durante a noite de ontem e que deveriam seguir para o sistema prisional hoje. Ambos foram indiciados por homicídio qualificado e associação criminosa e tiveram as prisões provisórias decretadas. Se condenado, o médico poderá pegar até 36 anos de prisão. 

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(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)