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Greve dos caminhoneiros afeta dia a dia no Rio de Janeiro

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No quinto dia de greve dos caminhoneiros, a cidade do Rio de Janeiro sofre as consequências em vários setores: postos sem combustível, transporte coletivo paralisado por falta de diesel, supermercados desabastecidos e universidades sem aulas. Mesmo com o anúncio feito nesta quinta-feira (24) pelo governo do Rio de reduzir em 4 pontos percentuais o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviçios (ICMS) sobre o diesel no Rio, equiparando o percentual ao cobrado em São Paulo (12%), as mobilizações da categoria, com caminhões estacionados no acostamento das rodovias, continuam nesta sexta-feira (25).

De acordo com a Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas do município, a situação de desabastecimento de combustível se agravou e, no início da manhã de hoje, somente 47% da frota estava em circulação. A Rio Ônibus alerta para o “risco iminente de falta total de combustível” e diz que, se a situação não for normalizada logo, pode haver "paralisação total do sistema”.

O sistema BRT opera hoje com 43% dos ônibus articulados. O trecho da Avenida Cesário de Melo entre Madureira e Galeão permanece com a circulação interrompida e com as 40 estações fechadas. As linhas do corredor Transoeste, Transcarioca e Transolímpica estão com intervalos maiores que o usual. Segundo informou o consórcio que opera o BRT na cidade, ontem (24), os serviços noturnos foram reforçados durante a madrugada, da meia-noite às 4h, para ajudar as pessoas a voltar para casa.

Nos postos de combustíve, a situação é crítica. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), em cerca de 40 postos pesquisados na manhã de hoje, apenas um ainda tinha óleo diesel. Todos os outros combustíveis estavam em falta. Um balanço vai ser divulgado ainda hoje.

Ontem, o Procon Estadual vistoriou 24 postos de gasolina na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da cidade, e em Niterói, na região metropolitana, depois da denúncia de cobranças abusivas pelo combustível. Do total, quatro postos foram notificados para esclarecer a razão do preço mais alto, todos na Avenida das Américas, sendo dois de bandeira Ipiranga e dois BR. Se a justificativa apresentada não for aceita pelo Procon, os postos serão multados.

Supermercados

A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) informa que teve reunião ontem com outros órgãos do setor para discutir maneiras de sensibilizar o movimento dos caminhoneiros e “propor soluções imediatas para que a população fluminense não sofra com a falta de produtos de necessidade básica”.

Até o momento, o problema é mais com produtos perecíveis, como verduras e legumes, que precisam de reposição diária.

De acordo com a Asserj, por enquanto, não há notícia de falta de itens não perecíveis, mas há relatos sobre supermercados que limitaram o número de itens que cada consumidor pode levar. Também há informações de que, em algumas redes de supermercados, o movimento aumentou nesta quinta-feira.

A Asserj alerta que, se a paralisação dos caminhoneiros não se encerrar até o início da próxima semana, produtos como arroz e feijão podem começar a faltar.

Aulas

A Secretaria de Estado de Educação informou que as escolas da rede estão funcionando normalmente hoje.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) recomendou à comunidade acadêmica que avaliações escolares não sejam feitas nesse período, por causa da dificuldade de deslocamento da população, "devido à grave crise do transporte público provocada pela escassez de combustíveis”. Segundo a reitoria da Uerj, a Administração Central monitora os desdobramentos da mobilização dos caminhoneiros e voltará a se pronunciar, por meio de comunicado, sobre o funcionamento da universidade.

As aulas foram suspensas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que recomendou aos professores que queiram dar aulas a não registrar faltas dos estudantes, enquanto permanecerem as dificulfdades no setor de transportes, e que cada unidade acadêmica avalie a situação local. As linhas internas da UFRJ estão circulando hoje com intervalos maiores entre as viagens, e os restaurantes universitários operam com restrição de cardápio e menor número de funcionários.

Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), também houve suspensão de aulas ontem.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) permanece aberta e com atividades regulares nesta sexta-feira, mas, considerando a gravidade da situação e as consequências para o abastecimento alimentício e de combustíveis, a Pró-Reitoria de Graduação orientou que, até que a situação seja normalizada, as avaliações sejam suspensas e remarcadas. A UFF autorizou também o abono de eventuais faltas dos estudantes.

Outros serviços

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) informou que podem faltar produtos químicos para o tratamento da água e pede que a população cpnsuma menos.

A Light vai reduzir os atendimentos relacionados à energia elétrica. “O plano de contingência da empresa é para atender serviços considerados essenciais (hospitais, delegacias, escolas - por exemplo) e emergenciais (que coloquem em risco a segurança de seus clientes)”, informou a companhia.