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Comperj aquece o Rio

Retomada da construção do complexo petroquímico pode gerar 5 mil empregos diretos

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A possibilidade da abertura de vagas de emprego na região do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) tem movimentado em Itaboraí, na região metropolitana do Rio. A cidade foi uma das mais afetadas com a paralisação do Comperj e que, desde então, busca se reerguer. 

As vagas devem surgir com a retomada das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que retira o gás processado por meio de gasoduto e leva para a malha do Comperj. O GLP também vai sair por meio de outro duto, que junto com a unidade, faz parte do projeto integrado Rota 3, chamado Dutos Norte, que já está em execução. 

A estimativa que sejam gerados 5 mil empregos diretos, número previsto pela Petrobras. No entanto, as vagas não serão criadas pela companhia, mas por empresas envolvidas na construção e no fornecimento de serviços necessários para a obra, paralisada desde 2015.

 “Vamos ter inúmeros contratos que são os pequenos contratos que vão viabilizar, por exemplo, fornecimento de energia para a UPGN, fornecimento de água a vapor, tem toda a parte de infraestrutura, a parte de serviços, arruamento. O que a gente acredita é que todos esses contratos juntos, no pico de obra, vai ter uma faixa de 5 mil empregos diretos. É uma estimativa. Este número vai ser confirmado um dia pelas contratadas.”, disse o gerente de implantação do Projeto UPGN - Rota 3, Frederico Doher, em entrevista à Agência Brasil. 

A obra será tocada pela empresa chinesa Shandong Kerui Petroleum e pela brasileira Método Potencial, por meio de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), criada para completar a construção do projeto que foi interrompido, segundo Doher com 30% do espaço físico concluídos. O contrato tem o valor de aproximadamente R$ 1,95 bilhão.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon), Paulo César Quintanilha, a perda de empregos com a paralisação das obras no Comperj foi imensa para o município. 

Embora reconheça que a retomada da UPGN seja positiva, são necessárias mais de 5 mil vagas diretas para suprir a demanda. “Para dentro do estado do Rio de Janeiro não é suficiente para a demanda dos desempregados que temos aqui. O baque foi muito forte. Para a gente hoje tirar um pouco desse pessoal desempregado, era necessário 10 mil vagas de empregos”. Quintanilha lembrou que, no auge das obras no Comperj, as empresas chegaram a contratar 32 mil trabalhadores. “A retomada é positiva, mas o topo da obra só vai acontecer de julho em diante, o topo das contratações”, disse, acrescentando que os profissionais de construção civil devem ser os primeiros contratados. 

Frederico Doher destacou que o pessoal a ser empregado já passou por uma capacitação da Petrobras, quando as obras ainda estavam em andamento. “Naquela época, o mercado estava muito aquecido, a Petrobras capacitou muita mão de obra naquela região, então, a gente acredita que até por questão de custos e logística, a mão de obra que venha a ser apropriada nessas obras, seja uma mão de obra da região, principalmente, de Itaboraí. Isso é um ponto positivo”.