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Uerj é contra mensalidades defendidas pelo relatório do Banco Mundial

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Em nota, a reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro se posicionou contra as propostas do relatório do Banco Mundial sobre o financiamento do Ensino Superio Público no Brasil. 

"Reconhecida internacionalmente como referência na democratização do ensino, a Uerj considera tal cobrança excludente, levando-se em conta a desigualdade social no país e, em especial, no estado do Rio de Janeiro", começa a nota divulgada no site oficial da Universidade. 

O relatório foi encomendado ao Banco Mundial pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, e entregue ao atual ministro Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, na última terça-feira (21). O documento analisa oito áreas do gasto público no Brasil, e afirma que, nas últimas duas décadas, ele aumentou de forma “consistente”, colocando em risco a sustentabilidade fiscal do país. 

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"É sobretudo nas universidades públicas que se desenvolvem pesquisas científicas de ponta e inovações que constituem a vanguarda do conhecimento. A proposta do Banco Mundial vai, portanto, na contramão dos nossos ideais e valores", continuou a nota da Uerj que sofre uma crise severa há mais de um ano. 

"A democratização e a união de esforços para a excelência na pesquisa e no ensino – da educação básica à pós-graduação - não são uma mera aposta. São estratégias de crescimento bem-sucedidas, como demonstra a história das nações mais desenvolvidas. São um compromisso com uma sociedade mais justa e com o desenvolvimento humano, socialmente referenciado", diz a nota.

A universidade – que este ano já figurou em dois rankings de excelência elaborados pela revista US News & World Report como a quinta melhor do Brasil e a décima primeira melhor da América Latina – sofre com fortes cortes orçamentários que inviabilizam o pagamento de salários e bolsas, além de manter projetos de pesquisa e o funcionamento de serviços básicos como segurança, limpeza e manutenção.

A nota, divulgada pela universidade na última sexta-feira (24), termina: 

"A Uerj está presente, de inúmeras maneiras, na vida dos cidadãos deste Estado, desde a infância à terceira idade. Para mencionar apenas alguns destes, citamos a prevenção e remediação de acidentes naturais e a preservação do meio ambiente, com destaque para o centro de pesquisa que temos na Ilha Grande; a pioneira Universidade da Terceira Idade, que integra pessoas maiores de 65 anos às atividades da UERJ; o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad); a assessoria jurídica à população, com o Núcleo de Prática Jurídica de nossa Faculdade de Direito, que obteve o primeiro lugar no exame mais recente da OAB e que é uma das mais importantes do país, com dois professores nomeados para o Supremo Tribunal Federal (STF); a UERJ mantém, ainda, abertos à população atendimentos ambulatoriais e cirúrgicos de pequena, média e alta complexidade, por meio do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) e da Policlínica Piquet Carneiro, na área médica, e odontológica, através da Faculdade de Odontologia.

Os inúmeros programas de extensão que cultivamos em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro não são apenas referência no mundo acadêmico. São a manifestação de nosso respeito e do compromisso com a interiorização e apoio à diversidade cultural.

Dos anos fundamentais, desde o CAp-UERJ até a universidade, são incontáveis as histórias de sucesso daqueles que por nossos bancos passaram. Nossa instituição continua se destacando nacional e internacionalmente como referência no ensino público e democrático.

Praticamente um terço dos nossos estudantes de graduação (cerca de 9.000) ingressaram por meio de políticas afirmativas, com o mesmo sucesso acadêmico dos demais, conforme comprova o relatório da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro sobre a efetividade destas iniciativas. No levantamento feito pelo prestigiado Center for World University Rankings (CWUR) com as melhores universidades do mundo, a UERJ subiu 33 posições em relação ao ano de 2016. No Brasil, conquistamos a posição de oitava melhor universidade.

Tudo isso a UERJ constrói, mesmo passando por severas dificuldades.

Sabemos da nossa responsabilidade como patrimônio deste estado e desta nação.

Nossos números são nossa melhor resposta ao relatório do Banco Mundial. É a resposta de uma universidade pública, gratuita, inclusiva, transparente e de excelência reconhecida.

É a resposta que revela o nosso inarredável compromisso social".