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Protesto bloqueia ruas do Centro para pressionar Alerj por prisão de Picciani

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Grupos de manifestantes interditaram a Rua Primeiro de Março, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro da cidade, na tarde desta sexta-feira (17), em protesto para pressionar os deputados a votarem pela manutenção das prisões do presidente da Casa, Jorge Picciani, e dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que o bloqueio ao tráfego é feito na Avenida Presidente Antônio Carlos. O trânsito está sendo desviado para a Avenida Almirante Barroso. Agentes da CET-Rio estão nos pontos de bloqueio e orientam os motoristas. Guarda Municipal e Polícia Militar também atuam na região.

Além do Psol e do Vem Pra Rua, grupos de comunidades do Rio também se mobilizaram, inclusive do Complexo do Chapadão, entre os bairros de Pavuna, Costa Barros e Anchieta, na Zona Norte do Rio, região onde cresceu Picciani, e onde ele ainda tem familiares.

"O PMDB quebrou o Rio! 185 bilhões de reais dos cidadãos concedidos como isenção para empresas, hospitais sem recursos com profissionais precarizados, desmonte da UERJ, servidores públicos sem receber e uma Segurança Pública irresponsável: tudo isso é fruto de uma quadrilha que se formou no poder no Rio de Janeiro", diz o evento do Psol em página do Facebook. 

Com a decisão unânime do TRF-2 de conceder mandados de prisão preventiva contra o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, a Alerj se reúne, em sessão extraordinária, para decidir se os acusados respondem ao processo em liberdade ou presos. 

"O Psol faz oposição ao PMDB do Rio de Janeiro desde sempre. Fomos o único partido que votou contra Picciani na presidência da Alerj. Vamos para cima gritar juntos: #FORAPMDB", finaliza o evento. 

Acusação

Segundo a Procuradoria Regional da República da 2ª Região, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, seu antecessor Paulo Melo e o segundo vice-presidente, Edson Albertassi, formam uma organização que vem se estruturando de forma ininterrupta desde a década de 1990. O grupo contaria com a participação ainda do ex-governador Sérgio Cabral, que também foi deputado estadual e já presidiu a Alerj.

Ainda de acordo com a Procuradoria, eles “vêm adotando práticas financeiras clandestinas e sofisticadas para ocultar o produto da corrupção, que incluiu recursos federais e estaduais, além de repasses da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor)”.

O Ministério Público Federal afirma que Jorge Picciani e Paulo Melo receberam mais de R$ 112 milhões em propinas num período de cinco anos. "Planilhas dizem para nós que, no período de 15 de julho de 2010 a 14 de julho de 2015, foram pagos da conta da Fetranspor para Picciani R$ 58,58 milhões, e para Paulo Melo R$ 54,3 milhões. Desse dinheiro, parte foi paga a mando de Sérgio Cabral. Havia um projeto de poder de enriquecimento ilícito por muitos integrantes do PMDB Rio”, disse a procuradora Andréa Bayão Pereira Freire.

O MPF identificou que a indicação de Albertassi para uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE) pode ter sido uma manobra para que a organização criminosa retome espaços perdidos com os afastamentos de conselheiros determinados pelo STJ, e também uma forma de atrapalhar as investigações, ao deslocar a competência para a apuração dos fatos e tirar o caso do TRF2. Essa é a primeira vez em que uma investigação ligada à Lava Jato é conduzida por um TRF.