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Tropa de elite da PM ocupa Rocinha após saída das Forças Armadas

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Meia hora após a saída das Forças Armadas da Rocinha, o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar (PM) montou uma base avançada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, de onde serão conduzidas às ações contra o tráfico de drogas na região. O COE é formado pelos batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque e de Ações com Cães, e sua equipe ficará por tempo indeterminado na Rocinha. 

Os 950 militares começaram a deixar a favela às 4h desta sexta-feira (29) e o último grupo saiu às 8h.

A presença das Forças Armadas na Rocinha foi pedida ao governo federal pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, para acabar com os confrontos iniciados no último dia 17 entre grupos de traficantes rivais, chefiados por Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, e Antonio Bongim Lopes, o Nem, que, de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Rondônia, deu ordens para a retomada da favela.

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Nem estava inconformado com as atitudes de seu ex-aliado Rogério 157, que tinha aumentado o preço do botijão de gás (GLP) cobrado dos moradores para R$ 92 (ágio de mais de 30%) e exigia uma quantia semanal dos comerciantes e moradores da comunidade.

Durante a semana em que as Forças Armadas permaneceram na Rocinha, 24 fuzis foram apreendidos, 24 pessoas, presas e dois menores apreendidos. Nesse período, morreram duas pessoas em confronto com a polícia.

A morte mais recente foi ontem (28), por volta das 22h, quando um grupo de criminosos atacou policiais da UPP que estavam em patrulhamento nomal pelas ruas e vielas da comunidade. No tiroteio, morreu William Lopes de Oliveira, que estava armado com uma pistola.

"Não estamos abandonando a Rocinha", diz Jungmann após saída das Forças Armadas

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reforçou nesta sexta-feira (29) que as Forças Armadas "não estão abandonando a Rocinha'". O ministro garantiu que se os criminosos que tentaram invadir a favela voltarem, as tropas federais também voltarão.

"Não estamos abandonando a Rocinha, estamos retirando o efetivo que precisa ser empregado em outros lugares. Se for necessário, e a pedido do governo do estado, temos condições de voltar rapidamente", disse. Ao comentar uma possível volta do traficante Rogério 157 para a favela, afirmou que "se ele voltar, nós voltaremos". As declarações foram dadas durante Conferência Internacional de Segurança do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Raul Jungmann voltou a justificar a saída das tropas argumentando que a situação na favela mudou após a operação integrada, e que o chefe do tráfico já não se encontra na Rocinha.

"O delito zero ou a ocorrência de crime zero é uma utopia. Falávamos de uma guerra entre gangues, falávamos de uma população aterrorizada e presa nas suas casas. Isso não está acontecendo", disse.

Jungmann frisou ainda que as conversas com presos perigosos têm que ser monitoradas para evitar que saia de presídios de segurança máxima ordens de invasão, como ocorreu na Rocinha.

"Todo e qualquer contato de familiares e advogados com esses presos tem que ser gravado, e estar à disposição da justiça para qualquer necessidade de averiguação ou investigação", afirmou o ministro, que vai pedir o apoio da OAB a essa medida.

Com Agência Brasil